No segundo dia da Reunião de Ministros de Saúde do G20, a abordagem “Uma Só Saúde” se destacou como tema central das discussões, com o evento sediado no Rio de Janeiro até quinta-feira (31), quando será divulgada a declaração final do encontro. A reunião integra a programação da presidência brasileira do G20, que, além de abrigar as 19 maiores economias globais e a União Europeia, conta agora também com a União Africana. Esta é a primeira vez que o Brasil assume a presidência do G20 em seu formato atual, um papel que herdou da Índia em dezembro passado e que será passado para a África do Sul ao final do ano.
A abordagem “Uma Só Saúde” foi uma das principais diretrizes do Ministério da Saúde brasileiro durante o encontro. A proposta é ampliar a colaboração entre setores diversos para desenvolver soluções integradas a desafios como pandemias, resistência antimicrobiana, mudanças climáticas e perda de biodiversidade. “Uma Só Saúde” reconhece a interconexão entre saúde humana, animal, vegetal e ambiental, promovendo ações que vão desde a prevenção de doenças zoonóticas até a segurança alimentar e a proteção ambiental.
Durante seu pronunciamento, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, enfatizou que “Uma Só Saúde oferece oportunidades para o desenvolvimento e implementação de programas, políticas públicas, legislações e pesquisas, nos quais diversos setores e disciplinas colaboram para alcançar melhores resultados nas estratégias de saúde humana, saúde animal, saúde vegetal e saúde ambiental.”
A ministra ressaltou ainda a importância de ações coordenadas para enfrentar emergências de saúde e questões globais. “A implementação dessa abordagem promove a cooperação em todos os níveis, do local ao global, para enfrentar desafios emergentes e reemergentes como pandemias, resistência aos antimicrobianos e mudanças climáticas, entre outros,” afirmou.
Para consolidar essa visão, a Organização Mundial da Saúde (OMS), a Organização Mundial da Saúde Animal (OMSA), a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) e o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) criaram uma aliança quadripartite e desenvolveram o Plano de Ação Conjunto para Uma Só Saúde (2022–2026), com o objetivo de melhorar o acesso a vacinas, medicamentos e diagnósticos, focando especialmente nas populações vulneráveis e no fortalecimento das capacidades regionais e nacionais.
“A abordagem busca também criar um ambiente favorável à inovação, à pesquisa e à resiliência para enfrentar os desafios à qualidade de vida das populações,” concluiu Nísia Trindade, reforçando o compromisso brasileiro em liderar uma pauta de saúde integrada e global no contexto do G20.
