Fiocruz e GDF unidos no combate à dengue em Sol Nascente

Estações Disseminadoras de Larvicidas serão instaladas no Trecho 3 para reduzir a população do mosquito Aedes aegypti no DF

 

Uma inovadora estratégia desenvolvida pela Fiocruz Amazônia está prestes a ser incorporada às ações de combate ao mosquito Aedes aegypti e à redução dos impactos da dengue no Trecho 3 de Sol Nascente, no Distrito Federal (DF). Em uma parceria entre o Ministério da Saúde, a Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) e a Fiocruz, a iniciativa promete fortalecer as medidas de controle por meio da utilização das Estações Disseminadoras de Larvicidas (EDL), uma tecnologia capaz de reduzir drasticamente a disseminação do mosquito transmissor de dengue, zika e Chikungunya.

As EDLs atuam como armadilhas altamente eficazes na diminuição da população de mosquitos Aedes aegypti. O larvicida presente nas estações tem o poder de infectar as fêmeas do mosquito quando elas pousam para depositar seus ovos, espalhando o produto para outros focos de reprodução do mosquito. Esta ação inovadora multiplica o efeito de combate ao vetor, ajudando a reduzir significativamente a emergência de mosquitos adultos em questão de semanas.

Para garantir o sucesso da estratégia, a participação ativa da comunidade do Trecho 3 de Sol Nascente é essencial. As armadilhas serão instaladas diretamente nas residências dos moradores por agentes de saúde capacitados, que também farão visitas mensais para monitoramento. A população deve acompanhar o nível de água nos recipientes e garantir que eles sejam mantidos fora do alcance de crianças e animais domésticos, embora o larvicida utilizado seja de baixa toxicidade.

Os ensaios conduzidos pelos pesquisadores Sérgio Luz e José Joaquín Carvajal Cortés, da Fiocruz Amazônia, demonstram resultados promissores. Em testes realizados em Manaus e Manacapuru, a técnica alcançou uma redução de até 98% na emergência de mosquitos adultos, com uma cobertura de criadouros superior a 94%. Esses números reforçam o impacto positivo da iniciativa, que já foi testada em diversas regiões do Brasil, adaptando-se a diferentes contextos urbanos.

Embora a eficiência das EDLs seja inquestionável, os especialistas alertam que essa medida deve ser parte de uma abordagem integrada. A eliminação de criadouros de água parada continua sendo fundamental para evitar a proliferação do Aedes aegypti, já que os ovos podem sobreviver por mais de um ano em ambientes secos.

A implantação dessa estratégia no Trecho 3 de Sol Nascente simboliza um avanço importante nas políticas de saúde pública do DF, destacando a união de esforços entre governo e ciência para a promoção de um ambiente mais seguro e saudável para a população.