Polícia prende mulher envolvida em laudos errados que levaram à infecção por HIV

© Fernando Frazão/Agência Brasil

 

Operação Verum, em sua segunda fase, investiga laboratório responsável por testes que infectaram seis pacientes; prisão e busca de provas continuam

 

 

 

A Polícia Civil do Rio de Janeiro prendeu neste domingo (20) uma mulher suspeita de envolvimento na emissão de laudos errados pelo Laboratório PCS Saleme, que resultaram na infecção de seis pacientes que realizaram transplantes no estado por HIV. A prisão faz parte da segunda fase da Operação Verum, que visa apurar falhas graves no controle de qualidade do laboratório. A identidade da suspeita não foi revelada.

Além da prisão, a operação busca cumprir oito mandados de busca e apreensão para fortalecer a investigação, informou a Polícia Civil. A ação está sendo conduzida por agentes da Delegacia do Consumidor (Decon) com apoio do Departamento-Geral de Polícia Especializada (DGPE).

Na primeira fase da operação, quatro pessoas foram presas, incluindo o médico Walter Ferreira, sócio do laboratório, e três funcionários. A investigação revelou falhas nos testes laboratoriais, que passaram de análises diárias para semanais com o objetivo de cortar custos, comprometendo a segurança dos resultados.

O laboratório PCS Saleme foi responsável por emitir laudos errados de HIV em dois doadores de órgãos, levando à infecção de seis pacientes transplantados. O laboratório foi interditado pela Vigilância Sanitária, e novos exames estão sendo realizados no Hemorio enquanto o caso é investigado.

A Fundação Saúde, vinculada à Secretaria Estadual de Saúde, convocou emergencialmente o segundo colocado em licitação para substituir o PCS Saleme. O laboratório tem entre seus sócios familiares do deputado federal Dr. Luizinho (PP-RJ), ex-secretário de Saúde. O parlamentar negou envolvimento na escolha do laboratório.

A investigação segue com o apoio da Anvisa, Vigilâncias Sanitárias estadual e municipal, e o Sistema Nacional de Transplantes. O caso é considerado grave e sem precedentes pela Secretaria de Estado de Saúde e pelo Ministério da Saúde.