Secretaria de Saúde do Estado instaura investigação interna para identificar responsáveis; laboratório privado foi interditado
A Secretaria de Estado de Saúde (SES) do Rio de Janeiro informou, por meio de nota oficial, que abriu uma sindicância interna para apurar e punir os responsáveis pela infecção de seis pacientes transplantados com o vírus HIV. Segundo a secretaria, 288 doadores estão sendo examinados pelo Instituto Estadual de Hematologia (Hemorio) como parte da investigação. De acordo com a SES, as identidades dos doadores e pacientes serão preservadas enquanto a apuração estiver em andamento.
Ainda segundo a nota, uma comissão multidisciplinar foi criada para dar apoio aos pacientes afetados, e medidas imediatas foram tomadas para garantir a segurança de outros transplantados. O laboratório privado PCS Lab Saleme, contratado por licitação para atender ao programa de transplantes, teve seu serviço suspenso e foi interditado cautelarmente após a descoberta do caso. A partir de então, todos os exames passaram a ser realizados pelo Hemorio.
A SES também informou que está reavaliando todas as amostras de sangue armazenadas desde dezembro de 2023, quando o laboratório foi contratado. “Esta é uma situação sem precedentes no estado, que desde 2006 salvou mais de 16 mil vidas por meio do serviço de transplantes”, destacou a secretaria.
Ministério da Saúde e Anvisa investigam o caso
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e o Ministério da Saúde também estão atuando na investigação para apurar os responsáveis e evitar novos casos. O Ministério da Saúde ressaltou que o Sistema Nacional de Transplantes (SNT) é reconhecido internacionalmente por sua transparência e segurança, e que existem normas rigorosas para proteger tanto doadores quanto receptores.
O SNT já possui protocolos específicos para minimizar o risco de transmissão de doenças infecciosas e está constantemente sendo atualizado para acompanhar os avanços médicos e científicos. De acordo com o Ministério, o sistema financia 88% dos transplantes realizados no Brasil por meio do Sistema Único de Saúde (SUS).
As autoridades continuam monitorando a situação, enquanto medidas corretivas e preventivas são implementadas para garantir a segurança do programa de transplantes no país.