Relatório aponta aumento da mancha de água imprópria às vésperas do Dia do Rio Tietê
A Fundação SOS Mata Atlântica divulgou, às vésperas do Dia do Rio Tietê, celebrado neste domingo (22), um relatório que aponta um agravamento da poluição no rio em 2024. Segundo o programa Observando os Rios, 207 dos 576 quilômetros (km) monitorados estão com a água imprópria para uso. O número representa um aumento de 29% em relação ao ano anterior, quando a área poluída cobria 160 km. Dos 207 km de mancha, 131 km apresentam qualidade ruim e 76 km, péssima.
Esse crescimento marca o quarto ano consecutivo de piora nas condições do rio. Cesar Pegoraro, da Causa Água Limpa, destacou que a “mancha” de poluição é um indicador da falta de oxigênio nas águas devido ao acúmulo de poluentes, resultando em escuridão, mau cheiro e ausência de vida aquática. A SOS Mata Atlântica aponta que fatores como emergências climáticas e a falta de saneamento básico são as principais causas do aumento da poluição.
“Na região metropolitana, tem chovido menos, o que dificulta a diluição do esgoto no rio”, explicou Gustavo Veronesi, coordenador da Causa Água Limpa. Além disso, ele alertou que muitas áreas ainda não têm acesso ao tratamento adequado de esgoto, o que contribui para a degradação do Tietê.
Desde 2021, a extensão da mancha de poluição aumentou em 143,5%, passando de 85 para 207 km. Veronesi frisou que é necessário um esforço contínuo e integrado para a recuperação do rio, com projetos de saneamento e soluções baseadas na natureza.
Apesar da poluição, há trechos onde a qualidade da água foi considerada boa, principalmente nas áreas próximas à nascente, em Salesópolis, e na região de Barra Bonita. No entanto, nenhum trecho recebeu classificação “ótima”.
O governo de São Paulo também lançou, no ano passado, o Programa IntegraTietê, com o objetivo de revitalizar o principal rio paulista até 2029, por meio de investimentos em saneamento, desassoreamento e recuperação ambiental.