Ex-secretário de Saúde de São Paulo relembra experiências no sistema de transplantes e destaca a importância da conscientização
Durante a década de 1980, no Instituto do Coração (Incor) do Hospital das Clínicas da USP, testemunhei de perto o impacto das doações de órgãos na vida de pacientes à espera de um transplante. Coordenei a área de infecções pós-transplantes, vivenciando momentos de angústia, mas também de profunda solidariedade, quando famílias em luto decidiam salvar vidas ao autorizar a doação.
No Brasil, o processo de transplante é cuidadosamente regulado pelo Sistema Único de Saúde (SUS), que garante a transparência e legalidade da distribuição de órgãos. Com a criação do Sistema Nacional de Transplantes em 1997, o país estabeleceu critérios rigorosos de compatibilidade e gravidade, tornando-se referência mundial no maior sistema público de transplantes.
Durante minha gestão como secretário de Saúde de São Paulo (2013-2018), trabalhamos para humanizar e ampliar a captação de doadores, reduzindo a recusa familiar e garantindo que mais órgãos chegassem a quem precisa. Para isso, investimos em frotas de transporte de órgãos e campanhas de conscientização, além de premiar equipes e hospitais pelo destaque no processo.
Hoje, é essencial que cada brasileiro entenda a importância da doação de órgãos e comunique esse desejo aos seus familiares. Afinal, milhares de vidas dependem desse gesto de generosidade.