Ministro de Minas e Energia considera possível retorno do horário de verão

Foto de Agê Barros na Unsplash

 

Alexandre Silveira avalia benefícios para economia e redução do consumo energético, mas adverte sobre impactos no cotidiano dos brasileiros

 

 

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, revelou nesta quinta-feira (12) em São Paulo que o retorno do horário brasileiro de verão está sendo considerado como uma medida real para o próximo ano, com o objetivo de melhorar o aproveitamento da luz natural e reduzir o consumo de energia elétrica no país.

Em entrevista, Silveira destacou que o horário de verão poderia ajudar a diminuir o uso de usinas térmicas durante os horários de pico de consumo, entre 18 e 21 horas, e que, apesar de seus benefícios potenciais para a economia e o setor de turismo, a decisão de adiantar os relógios não pode ser feita de forma precipitada. “O horário de verão é uma possibilidade real, mas não é um fato, porque tem implicações não só energéticas, mas também econômicas e sociais”, afirmou o ministro.

O ministro também indicou que determinou ao Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) e à Secretaria Nacional de Energia Elétrica (MME) que se reúnam com o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) para desenvolver um plano de contingência para o verão de 2024/2025. O plano deverá avaliar a economia gerada pelo horário de verão e incluir informações sobre usinas térmicas, como as que utilizam óleo diesel, para garantir a segurança energética.

Silveira mencionou que pesquisas indicam que o horário de verão tem efeitos positivos para diversos setores econômicos, incluindo turismo e comércio, e destacou o aumento significativo no consumo de energia, que chegou a 105 gigawatts em uma tarde recentemente, acima da média habitual de 85 gigawatts.

Em seu encontro com o ministro do Meio Ambiente e Segurança Energética da Itália, Gilberto Prichetto Fratin, Silveira também abordou a importância da transição para uma economia verde. “O futuro energético passa pela economia verde, que busca o desenvolvimento sustentável e o respeito à legislação ambiental”, ressaltou.

O horário brasileiro de verão foi instituído pela primeira vez em 1931 e funcionou continuamente de 1985 até 2019, quando foi revogado devido à alegada pouca efetividade na economia energética. A medida impactava a redução do consumo elétrico ao adiantar os relógios durante os meses de maior luminosidade.

O Ministério de Minas e Energia continuará analisando a viabilidade do retorno do horário de verão com responsabilidade, considerando aspectos energéticos, climáticos e econômicos para garantir a segurança energética para todos os brasileiros.