Construção civil e serviços puxam crescimento do mercado de trabalho; indústria registra aumento modesto de vagas
O setor industrial, conhecido por pagar os maiores salários médios no Brasil, foi o que menos contribuiu para a criação de empregos formais em 2023. De acordo com dados preliminares da Relação Anual de Informações Sociais (Rais) divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) nesta quinta-feira (12), a indústria gerou 121.318 novas vagas, um aumento modesto de 1,4% em relação ao ano anterior.
Em contraste, a construção civil foi o setor que mais expandiu, com um incremento de 181.588 vínculos formais, representando um crescimento de 6,8%. O setor de serviços também teve um desempenho expressivo, com 962.877 novas vagas, um aumento de 4,8%. O comércio e a agropecuária apresentaram crescimentos mais modestos, de 2,1% e 1,9%, respectivamente.
Apesar de seu papel crucial na economia brasileira e de manter os maiores salários médios, de R$ 4.181,51, a indústria não acompanhou o ritmo de expansão de outros setores. O aumento geral no estoque de empregos formais no setor privado foi de 3,5%, com o total passando de 42.957.808 para 44.469.011 vínculos.
A subsecretária nacional de Estatística e Estudos do Trabalho, Paula Montagner, destacou que, em média, os salários pagos aos trabalhadores formais subiram 3,6%, considerando a inflação, atingindo R$ 3.514,24. Montagner também observou que a Região Sudeste continua a concentrar o maior número de empregos formais, enquanto as regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste apresentaram os maiores crescimentos percentuais.
Além disso, os dados revelam um aumento significativo no número de aprendizes e trabalhadores temporários, enquanto o número de contratos a prazo determinado diminuiu ligeiramente. A presença de mulheres no mercado de trabalho formal foi de 40,9% em 2023, e a inclusão de trabalhadores com deficiência cresceu de 1,27% para 1,28%.
Os dados finais da Rais 2023, que incluirão o setor público, serão divulgados no quarto trimestre deste ano.
