Estudo inovador identifica seis subtipos de depressão

Foto de Sydney Sims na Unsplash
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Um recente estudo publicado na revista Nature Medicine trouxe avanços significativos para o diagnóstico e tratamento da depressão, identificando seis subtipos distintos da doença com base em imagens de ressonância magnética e inteligência artificial. Este achado, que poderá auxiliar na personalização do tratamento, foi obtido a partir da análise cerebral de 801 pessoas diagnosticadas com depressão ou ansiedade, comparadas a um grupo controle de 137 indivíduos saudáveis.

Os pesquisadores utilizaram ressonância magnética funcional, um exame avançado para analisar a ativação de áreas cerebrais específicas, e empregaram inteligência artificial para mapear padrões distintos de atividades cerebrais. O estudo revelou seis padrões de atividades cerebrais associadas a diferentes subtipos de depressão e ansiedade, permitindo uma visão mais detalhada da doença.

Para verificar a eficácia dos tratamentos em relação aos subtipos identificados, 250 participantes foram divididos aleatoriamente para receber um dos três antidepressivos comuns – escitalopram, sertralina ou venlafaxina – ou foram encaminhados para terapia cognitivo-comportamental (TCC). O estudo constatou que as respostas ao tratamento variavam conforme o subtipo de depressão, correlacionando as diferenças nos padrões cerebrais com os sintomas relatados pelos pacientes.

“O estudo visa trazer uma diferenciação mais precisa para o diagnóstico da depressão, oferecendo especificidades que podem resultar em tratamentos mais adequados e eficazes”, afirma o psiquiatra Daniel Oliva, da Gerência de Bem-Estar e Saúde Mental do Hospital Israelita Albert Einstein. Segundo Oliva, a identificação dos circuitos cerebrais afetados pode melhorar significativamente a abordagem terapêutica.

A depressão, que afeta aproximadamente 320 milhões de pessoas globalmente, é diagnosticada atualmente de forma clínica, com base em uma análise detalhada dos sintomas, histórico pessoal e familiar, e perfil genético. O DSM-5 classifica os transtornos depressivos em várias categorias, incluindo transtorno depressivo maior, distimia e transtornos associados a substâncias ou condições médicas.

Atualmente, o tratamento da depressão é muitas vezes baseado em tentativa e erro, o que pode levar meses para encontrar a medicação eficaz. Apesar dos avanços com testes farmacogenéticos que ajudam a personalizar o tratamento, Oliva destaca a importância de uma abordagem mais refinada. O estudo promete uma sofisticação maior na identificação de subtipos de depressão, possibilitando uma abordagem terapêutica mais precisa e eficaz.

“Embora ainda seja um estudo, essa pesquisa representa um passo importante para entender melhor a depressão e aprimorar as estratégias de tratamento. À medida que a medicina avança, esperamos oferecer tratamentos mais ajustados às necessidades individuais dos pacientes”, conclui Oliva.