Dia Nacional de conscientização sobre a esclerose múltipla

Foto: Divulgação/Agência Saúde

 

Secretaria de Saúde do DF destaca a importância do diagnóstico precoce e do tratamento adequado para a esclerose múltipla, que afeta 1.200 pessoas na região.

 

Neste 30 de agosto, Dia Nacional de Conscientização sobre a Esclerose Múltipla, a Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) destaca a importância de dar visibilidade a essa condição, enfatizando a necessidade de diagnóstico precoce e tratamento adequado. Dados da Associação de Pessoas com Esclerose Múltipla (Apemigos) revelam que cerca de 1.200 pessoas no DF têm diagnóstico de esclerose múltipla, com 70% delas recebendo tratamento pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

A esclerose múltipla, que afeta principalmente pessoas entre 20 e 50 anos, compromete o sistema nervoso central. Trata-se de uma doença autoimune que causa a desmielinização da bainha de mielina, o envoltório das células nervosas (axônios) responsável pela transmissão dos impulsos elétricos no organismo. Esse processo de desmielinização faz com que o sistema de defesa do corpo ataque suas próprias células, resultando em inflamações.

“A bainha de mielina é como a capa de um fio elétrico. Quando essa capa é removida, ocorre um curto-circuito. Da mesma forma, a perda da mielina no neurônio prejudica a transmissão dos sinais nervosos”, explica a neurologista Priscilla Mara Proveti, coordenadora do ambulatório de esclerose múltipla do Hospital Universitário de Brasília (HUB).

A falta de diagnóstico e controle adequados pode levar a sintomas físicos, como déficit motor, problemas de coordenação e visão, além de sintomas cognitivos que afetam memória e atenção. Os principais sintomas incluem fadiga, distúrbios visuais, rigidez, formigamento, fraqueza muscular, desequilíbrio, alterações sensoriais, dor, disfunções na bexiga e intestino, problemas sexuais, dificuldade de fala e engolir, e alterações emocionais e cognitivas.

Ana Paula Morais, presidente da Apemigos, ressalta a importância da conscientização. “Este é um mês extremamente importante, quando nos unimos para falar sobre a importância da conscientização e dos sintomas. Quanto antes as pessoas souberem, terão um diagnóstico precoce, evitando sequelas graves a longo prazo.”

A fotógrafa Vanessa Alves Ciqueira, 37, diagnosticada com esclerose múltipla, compartilha sua experiência. “Sentir os primeiros sinais em maio de 2020 foi um desafio. Tive episódios de cegueira temporária, tontura e falta de equilíbrio. O processo para chegar ao diagnóstico definitivo levou dois anos, mas com tratamento adequado, hoje não tenho sequelas.”

Fatores como predisposição genética, infecções virais, baixos níveis de vitamina D, tabagismo e obesidade podem desencadear a esclerose múltipla. Embora não haja cura, tratamentos eficazes ajudam a reduzir a atividade inflamatória e a frequência dos surtos.

O Hospital de Base do DF (HBDF) oferece atendimento especializado através de seu centro de infusão e quatro ambulatórios para pacientes com condições neurológicas. A regulação médica garante que os pacientes recebam o cuidado necessário para gerenciar a doença.

Os principais tipos de esclerose múltipla são:

  • Esclerose múltipla remitente recorrente (EMRR): Caracterizada por surtos que, na maioria das vezes, evoluem para remissão, onde o paciente retorna ao seu estado prévio. Sem tratamento, novos surtos podem ocorrer ao longo dos anos.
  • Esclerose múltipla primariamente progressiva (EMPP): Evolui de forma progressiva desde o início dos sintomas. Os surtos são menos frequentes e a piora da condição ocorre de forma contínua por um intervalo mínimo de 12 meses.