Inflação desacelera para famílias de renda baixa

Foto: Joel Rodrigues/Agência Brasília

 

Dados do Ipea apontam alívio para famílias de menor renda devido à queda nos preços de alimentos, enquanto alta dos combustíveis e passagens aéreas pressionam a inflação para as famílias de renda alta

 

 

A inflação desacelerou em julho para as famílias de renda baixa e muito baixa, mas voltou a subir entre as classes mais altas, conforme aponta o Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda, divulgado nesta quarta-feira (14) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). A taxa de inflação para as famílias de renda alta foi de 0,80% no mês passado, frente a apenas 0,04% em junho. Já para as famílias de renda muito baixa e baixa, as taxas registradas foram de 0,09% e 0,18%, respectivamente, recuando em relação ao mês anterior.

Entre os principais fatores que contribuíram para essa desaceleração entre as famílias de menor renda estão as deflações em itens alimentícios essenciais, como cereais, tubérculos, frutas, aves, ovos, e leites e derivados. Esses produtos, que compõem uma parte significativa do orçamento das famílias de baixa renda, tiveram uma queda de preços generalizada, proporcionando um alívio inflacionário para esse grupo.

Por outro lado, o aumento dos preços da energia elétrica (1,9%), devido à adoção da bandeira tarifária amarela, e do gás de botijão (1,2%) pressionaram a inflação, principalmente entre as famílias de menor poder aquisitivo. Para as famílias de renda alta, os reajustes nos preços dos combustíveis (3,3%), seguro veicular (4,4%) e passagens aéreas (19,4%) foram os principais responsáveis pela alta inflacionária em julho.

Comparando com o mesmo período do ano anterior, o Ipea destacou que, apesar da deflação mais acentuada nos preços dos alimentos em domicílio em 2024, a piora no desempenho dos grupos habitação e artigos de residência, bem como uma deflação menos intensa no vestuário, contribuíram para o aumento da inflação corrente.

Nos últimos 12 meses, todas as classes de renda registraram uma aceleração na curva de crescimento da inflação. O segmento de renda baixa apresenta a menor taxa acumulada (4,1%), enquanto a faixa de renda alta exibe a taxa mais elevada (5,1%).