Estimativas para a inflação oficial no Brasil aumentam; Selic deve permanecer em 10,5% ao ano, segundo Boletim Focus
O mercado financeiro ajustou para cima a previsão da inflação oficial do Brasil para este ano, de 4,12% para 4,2%, conforme o Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira (12) pelo Banco Central. Essa estimativa do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) está acima da meta de 3%, mas ainda dentro da margem de tolerância estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que varia de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.
Para os próximos anos, o mercado projeta uma inflação de 3,97% em 2025 e de 3,6% e 3,5% em 2026 e 2027, respectivamente. A partir de 2025, o Brasil adotará o sistema de meta contínua de inflação, com centro fixo em 3%, mantendo a mesma margem de tolerância.
A inflação acumulada nos últimos 12 meses alcançou 4,5%, no limite superior da meta, impulsionada principalmente pelos aumentos nos preços da gasolina, passagens aéreas e energia elétrica.
Juros e Crescimento Econômico
Para conter a inflação, a taxa básica de juros, a Selic, foi mantida em 10,5% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom), após um ciclo de sete cortes consecutivos entre agosto de 2023 e maio de 2024. O mercado espera que a Selic permaneça nesse patamar até o fim de 2024, caindo para 9,75% ao ano em 2025 e para 9% ao ano em 2026 e 2027.
O crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, que superou expectativas em 2023 com alta de 2,9%, tem previsão de se manter em 2,2% para este ano. Para os anos seguintes, o mercado estima expansão de 1,92% em 2025 e de 2% tanto em 2026 quanto em 2027. A cotação do dólar deve encerrar 2024 em R$ 5,30, patamar que deve se manter até o fim de 2025.
Esses indicadores refletem um cenário econômico de equilíbrio entre inflação e crescimento, mas apontam para a continuidade de desafios na gestão da política monetária e fiscal do país.