Pesquisa publicada na Frontiers in Microbiology revela a diversidade microbiana em eletrodomésticos e destaca a importância da higienização regular
Um novo estudo realizado por pesquisadores da Espanha revelou que os micro-ondas, presentes em cozinhas ao redor do mundo, podem ser o habitat de mais de 700 tipos diferentes de bactérias. A descoberta foi publicada na quarta-feira (7) na revista Frontiers in Microbiology.
Para chegar a essa conclusão, os cientistas analisaram amostras de micróbios de 30 micro-ondas, divididos em três grupos: dez aparelhos domésticos em uso em casas, dez em ambientes compartilhados como escritórios e refeitórios, e dez micro-ondas de laboratórios de biologia molecular e microbiologia. A pesquisa buscou entender como as comunidades microbianas podem ser influenciadas por interações alimentares e pelos hábitos dos usuários.
Os resultados mostraram que foram identificados 747 gêneros diferentes de 25 linhagens bacterianas, sendo as mais frequentes Firmicutes, Actinobacteria e Proteobacteria. Os micro-ondas domésticos, tanto individuais quanto compartilhados, apresentaram composições microbianas semelhantes, enquanto os aparelhos de laboratório exibiram uma diversidade maior e distinta de bactérias.
Entre os gêneros bacterianos encontrados em micro-ondas domésticos estavam Klebsiella, Pantoea e Acinetobacter. Nos aparelhos compartilhados, destacaram-se Enterobacter e Arthrobacter. Já nos micro-ondas de laboratórios, foram isoladas bactérias como Nonomuraea e Micrococcus.
Embora algumas dessas bactérias, como Klebsiella e Enterococcus, possam representar riscos à saúde, os pesquisadores afirmam que a população microbiana dos micro-ondas não oferece um perigo único ou aumentado em comparação com outras superfícies de cozinha. Contudo, eles recomendam a desinfecção regular dos micro-ondas com soluções de alvejante diluídas ou sprays desinfectantes para minimizar qualquer risco potencial.