Brasil e Colômbia adotam cautela sobre eleições na Venezuela

Divulgação/Ministério das Relações Exteriores

 

Ministros das Relações Exteriores acordam em aguardar resultados sem declarações públicas

 

 

 

Em uma reunião de mais de três horas no Palácio do Itamaraty, nesta quinta-feira (25), os ministros das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, e da Colômbia, Luis Gilberto Murillo, concordaram em adotar uma postura cautelosa em relação à eleição na Venezuela, marcada para o próximo domingo (28).

Após o encontro, os chanceleres optaram por não dar declarações públicas, preferindo manter silêncio até a divulgação dos resultados das urnas. Fontes diplomáticas indicam que a estratégia é aguardar a resposta dos venezuelanos, evitando assim criar atritos com o país vizinho.

Os dois chanceleres trocaram impressões sobre a eleição venezuelana e compartilharam visões semelhantes, reafirmando preocupação e atenção máxima com a votação. Nos últimos dias, o presidente Nicolás Maduro e integrantes do seu governo fizeram declarações contraditórias, com Maduro sugerindo um “banho de sangue” caso perca as eleições, enquanto seus aliados afirmam que o resultado será respeitado.

Tanto o Brasil quanto a Colômbia atuam como observadores do processo eleitoral venezuelano. O presidente colombiano, Gustavo Petro, propôs um acordo para que o governo Maduro e a oposição firmem um compromisso de respeito ao resultado da votação.

O assessor de Assuntos Internacionais do Palácio do Planalto, Celso Amorim, tem embarque previsto para a Venezuela nesta sexta-feira (26) para acompanhar a eleição. Segundo interlocutores, a decisão do presidente Lula de enviar Amorim sinaliza confiança na normalização do processo político na Venezuela.