Boletim da Fiocruz alerta para crescimento de casos de SRAG por VSR e influenza nos últimos meses
Um alerta epidemiológico emitido pelo Boletim InfoGripe da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) revelou que três estados da região Norte do Brasil — Amapá, Roraima e Pará — estão enfrentando um aumento significativo nas internações de crianças pequenas devido a vírus respiratórios nas últimas seis semanas.
De acordo com o estudo divulgado na última quinta-feira (18), a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) tem sido principalmente causada pelo vírus sincicial respiratório (VSR) e rinovírus. O VSR, em particular, afeta frequentemente bebês nos primeiros meses de vida, levando a condições como bronquiolite, que começa com sintomas comuns como febre e tosse, mas pode evoluir para dificuldades respiratórias severas.
Além dos estados da região Norte, algumas localidades do Sudeste do Brasil, à exceção do Rio de Janeiro, também apresentaram um aumento nas internações por infecções causadas pelos vírus influenza (gripe), vírus sincicial respiratório e rinovírus nas últimas seis semanas, conforme destacado pelo boletim.
Apesar desses aumentos regionais, a análise geral do país aponta para uma tendência de queda nos casos de SRAG. Os dados analisados abrangem até a semana epidemiológica 28, que vai de 7 de junho a 13 de julho deste ano.
A Fiocruz ressalta que, embora a covid-19 esteja circulando em níveis baixos no país como um todo, ela continua sendo a principal causa de internações por SRAG entre os idosos e a segunda maior causa de mortes por essa síndrome respiratória. Houve um leve aumento na atividade da covid-19 em alguns estados das regiões Norte e Nordeste, especialmente no Ceará, Piauí e Amazonas.
Diante desse cenário, a Fiocruz reforça a importância da vacinação contra a covid-19 e influenza para todas as pessoas elegíveis, como medida crucial para mitigar a propagação desses vírus respiratórios e suas consequências.
Nas últimas quatro semanas epidemiológicas analisadas, o VSR foi responsável pela maior parte das internações por SRAG, representando 38,8% dos casos, seguido pelo Influenza A (21,5%), covid-19 (8,7%) e Influenza B (1%). Em relação às mortes, o Influenza A liderou, com 40,7% dos casos, seguido pelo Sars-CoV-2, responsável por 26,2% dos óbitos por SRAG.
Em todo o ano de 2024, o Brasil já contabiliza 97.469 casos de SRAG, dos quais 48,6% foram confirmados laboratorialmente como sendo causados por algum vírus respiratório. O VSR foi identificado como o maior causador de internações, respondendo por 45% das notificações, enquanto aproximadamente 7,6 mil casos aguardam resultados laboratoriais.
Quanto às mortes registradas por SRAG, totalizam-se 5.982 óbitos, com 54,2% dos casos positivos para algum vírus respiratório em testes laboratoriais. A covid-19 é responsável por 55% dessas mortes, evidenciando sua significativa contribuição para a mortalidade associada a síndromes respiratórias graves.