Saldo da poupança sobe pela terceira vez no ano

 

Relatório do Banco Central revela aumento de R$ 12,8 bilhões, indicando confiança dos brasileiros na caderneta de poupança

 

 

O saldo da aplicação na caderneta de poupança registrou uma alta pelo terceiro mês no ano, com mais depósitos do que saques em junho. De acordo com um relatório divulgado nesta sexta-feira (5) pelo Banco Central (BC), as entradas superaram as saídas em R$ 12,8 bilhões.

No mês passado, foram aplicados R$ 348,1 bilhões, enquanto os saques totalizaram R$ 335,3 bilhões. Além disso, os rendimentos creditados nas contas de poupança somaram R$ 5,4 bilhões, elevando o saldo total da poupança para R$ 1 trilhão.

O saldo positivo de junho segue uma tendência observada em maio, com uma entrada líquida de R$ 8,2 bilhões, e em março, com R$ 1,3 bilhão. Nos meses de janeiro, fevereiro e abril, no entanto, houve saídas líquidas, com mais saques do que depósitos, totalizando R$ 20,1 bilhões, R$ 3,8 bilhões e R$ 1,1 bilhão, respectivamente.

O resultado positivo de junho foi ainda maior comparado ao mesmo mês de 2023, quando os brasileiros depositaram R$ 2,6 bilhões a mais do que retiraram da poupança.

A alta de junho é significativa, especialmente após um 2023 marcado pelo alto endividamento da população, que resultou em uma saída líquida de R$ 87,8 bilhões da caderneta de poupança. Embora elevado, esse resultado foi menor que o de 2022, quando a fuga líquida atingiu um recorde de R$ 103,2 bilhões, em um contexto de inflação e endividamento elevados.

Política de Juros Influencia Movimentação na Poupança

A manutenção da taxa Selic em alta, historicamente, tem estimulado a migração de investimentos para opções com melhor desempenho. Entre março de 2021 e agosto de 2022, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC elevou a Selic 12 vezes consecutivas, em resposta ao aumento dos preços de alimentos, energia e combustíveis.

De agosto de 2022 a agosto de 2023, a Selic foi mantida em 13,75% ao ano, sendo reduzida posteriormente em sete ocasiões consecutivas. No entanto, o mês passado viu uma interrupção nos cortes devido à alta recente do dólar e ao aumento das incertezas econômicas, com a taxa básica atualmente em 10,5% ao ano.

Em 2021, a retirada líquida da poupança foi de R$ 35,49 bilhões. Já em 2020, a caderneta registrou captação líquida recorde de R$ 166,31 bilhões, impulsionada pela instabilidade no mercado de títulos públicos no início da pandemia de covid-19 e pelo pagamento do auxílio emergencial, depositado em contas poupança digitais da Caixa Econômica Federal.