Novos casos de morcegos contaminados pelo vírus da raiva são registrados em Belo Horizonte e São Paulo, aumentando alerta para a saúde pública
A preocupação com a proximidade entre humanos e morcegos aumentou no Brasil devido ao surgimento de novos casos de raiva. A Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte confirmou o registro de um morcego contaminado pelo vírus da doença — o 11º da cidade em 2024 — na terça-feira (28).
No início de abril, houve o quarto registro de um morcego com o vírus na cidade de São Paulo. A raiva é uma das principais ameaças trazidas pelo contato com morcegos. Nem todos os animais carregam o vírus, mas sempre que o contato com humanos ocorre, alguns cuidados devem ser seguidos para evitar o surgimento da doença e suas complicações graves.
O que é a raiva
Segundo o Ministério da Saúde, a raiva é uma doença infecciosa aguda grave viral que pode acometer mamíferos, inclusive os humanos. Animais domésticos, como cães e gatos, também podem ser infectados e transmitir a doença. Quando a enfermidade se instala, surge uma encefalite (inflamação no cérebro que pode aparecer durante infecções por vírus e bactérias) progressiva.
O vírus que causa a raiva é do gênero Lyssavirus, e a doença leva à morte em quase 100% dos casos.
“A raiva é de extrema importância para saúde pública, devido a sua letalidade de aproximadamente 100%, por ser uma doença passível de eliminação no seu ciclo urbano (transmitido por cão e gato) e pela existência de medidas eficientes de prevenção, como a vacinação humana e animal, a disponibilização de soro antirrábico humano, a realização de bloqueios de foco, entre outras”, diz uma nota publicada no site do Ministério da Saúde.
A doença é transmitida pela saliva dos animais contaminados. Assim, mordidas, arranhões e lambidas dos bichos podem ser a porta de entrada do vírus.
O que fazer quando entrar em contato com um morcego
No caso de receber uma mordida de um morcego, a pessoa deve procurar um serviço de saúde o mais rápido possível. Segundo o Ministério da Saúde, a melhor estratégia para prevenir o surgimento da doença é a imunização com a vacina antirrábica antes ou logo após a exposição ao vírus.
De acordo com o Instituto Butantan, uma das organizações que produzem a vacina, o tratamento imediato ainda pode incluir o cuidado com o local da mordida ou do ferimento, com a limpeza da região afetada, e a imunização passiva, feita com a aplicação do soro antirrábico e uma solução concentrada e purificada de anticorpos, preparada com o soro de pessoas já imunizadas contra a doença.
“Em caso de mordedura, lambedura e arranhadura de animal suspeito, o primeiro passo é saber se o animal está vacinado contra a raiva e se ele pode ser observado por dez dias, tempo máximo de apresentação de sintomas”, diz o instituto em um texto publicado em sua página de internet.
Quais são os sintomas da raiva
De acordo com o Ministério da Saúde, os sintomas da raiva são os seguintes:
- Mal-estar geral
- Pequeno aumento de temperatura
- Anorexia
- Cefaleia
- Náuseas
- Dor de garganta
- Entorpecimento
- Irritabilidade
- Inquietude
- Sensação de angústia
A partir do início dos sintomas, a morte pode acontecer em um período de dois a sete dias, diz a pasta.
Com o aumento dos casos de morcegos infectados, a vigilância e prevenção contra a raiva tornam-se essenciais para evitar novos surtos e proteger a saúde pública.