Ministério da Saúde e Inca lançam campanha contra cigarros eletrônicos

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Iniciativa visa proteger crianças e adolescentes dos perigos do tabagismo e das táticas da indústria do tabaco

 

 

O Ministério da Saúde e o Instituto Nacional de Câncer (Inca) lançaram nesta quarta-feira (29) uma campanha de prevenção ao uso de cigarros eletrônicos, destacando os perigos desses produtos, especialmente para crianças e adolescentes. A iniciativa surge em meio à preocupação crescente com o aumento do consumo desses dispositivos entre os jovens brasileiros.

De acordo com dados apresentados pelo ministério, crianças e adolescentes que utilizam cigarros eletrônicos têm pelo menos duas vezes mais probabilidade de fumar cigarros convencionais posteriormente na vida. A campanha, que coincide com o Dia Mundial Sem Tabaco 2024, tem como tema “Proteção das crianças contra a interferência da indústria do tabaco”.

“Nossa preocupação é com as novas gerações, que estão cada vez mais expostas a produtos prejudiciais à saúde, como os cigarros eletrônicos. Queremos alertar sobre as táticas da indústria do tabaco, que mira especialmente os jovens, visando garantir e ampliar seu mercado consumidor”, destacou o ministério em nota oficial.

Dados da última Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE) revelam que, em 2019, 16,8% dos estudantes no Brasil com idade entre 13 e 17 anos já haviam experimentado o cigarro eletrônico. A variação regional foi significativa, com maior experimentação nas regiões Centro-Oeste, Sul e Sudeste, enquanto o Nordeste e o Norte registraram números abaixo da média nacional.

Além do risco de iniciar o tabagismo precoce, o uso de cigarros eletrônicos também apresenta sérios prejuízos à saúde. Os dispositivos eletrônicos para fumar (DEFs), que englobam os cigarros eletrônicos e outros produtos de tabaco aquecido, contêm quantidades variáveis de nicotina e outras substâncias tóxicas, prejudiciais tanto para os usuários diretos quanto para os que são expostos aos aerossóis.

“A nicotina causa dependência e pode afetar negativamente o desenvolvimento cerebral de crianças e adolescentes, além de impactar no aprendizado e na saúde mental”, ressaltou o ministério. O consumo de tabaco, seja por cigarros convencionais ou eletrônicos, é um importante fator de risco para diversas doenças, incluindo doenças cardiovasculares, respiratórias e mais de 20 tipos de câncer.

A campanha lançada pelo Ministério da Saúde e pelo Inca visa educar e conscientizar a população, especialmente os jovens, sobre os riscos à saúde associados ao uso de cigarros eletrônicos, reforçando a importância da prevenção e do combate ao tabagismo desde a juventude.