Entidades médicas recomendam vacinação para vítimas das enchentes no RS.

© Paulo Pinto/Agência Brasil

 

Sociedade Brasileira de Imunizações, Sociedade Brasileira de Infectologia e Sociedade Gaúcha de Infectologia destacam importância da imunização em áreas afetadas pelas chuvas

 

 

 

 

Neste sábado (11), a Sociedade Brasileira de Imunizações, a Sociedade Brasileira de Infectologia e a Sociedade Gaúcha de Infectologia emitiram uma nota técnica recomendando a vacinação das vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul, bem como das equipes envolvidas nas operações de busca e salvamento em todo o estado.

A nota destaca a vulnerabilidade desses grupos devido à exposição à água de enchentes, que aumenta o risco de doenças infecciosas de transmissão hídrica ou ambiental, além de outras condições como mordeduras de animais, traumatismos diversos, contaminação de feridas por lama ou água contaminada, e doenças de transmissão respiratória por aglomeração de pessoas. A vacinação é apontada como uma medida fundamental para prevenir essas enfermidades.

Confira as principais recomendações das entidades:

  • Carteira de vacinação: Indivíduos com a carteira de vacinação disponível devem completar doses não realizadas para a faixa etária ou conforme a situação clínica. Aqueles sem registro formal de vacinação devem ser considerados não vacinados para as doses recomendadas.
  • Vacinas de rotina: Crianças, adolescentes e adultos sem registro de vacinação devem ser tratados como se estivessem em dia com as vacinas e receber somente as doses indicadas para a idade atual.
  • Gestantes: Mulheres grávidas devem receber vacinas inativadas especialmente indicadas para pessoas deslocadas por desastres e enchentes, desde que não contraindicadas para esse grupo.
  • Contraindicações: Gestantes, pessoas imunocomprometidas ou em uso de drogas imunossupressoras não devem receber vacinas virais vivas atenuadas. A triagem deve ser realizada por autorrelato.
  • Soros: Soros e imunoglobulinas devem ser usados em casos de necessidade de proteção imediata contra a raiva e o tétano.
  • Aplicação concomitante de vacinas: A aplicação concomitante de vacinas pode ser feita desde que em locais distintos do corpo, respeitando intervalos específicos.
  • Gripe e covid-19: Todas as pessoas com 6 meses ou mais devem receber a vacina contra a gripe e contra a covid-19, exceto aquelas com contraindicações.
  • Tríplice viral: A vacina contra o sarampo, a rubéola e a caxumba deve ser aplicada em todas as pessoas entre 12 meses e 59 anos de idade.
  • Hepatite A: A vacina contra a hepatite A é recomendada especialmente para crianças e pessoas deslocadas por desastres e enchentes.
  • Tétano: Adolescentes, adultos e idosos devem receber uma dose de reforço antitetânico se não tiverem sido vacinados contra o tétano nos últimos cinco anos.
  • Raiva: A vacina antirrábica só deve ser usada em caso de acidente de risco para a raiva.
  • Hepatite B: Profissionais da saúde, socorristas e voluntários devem receber a vacina contra a hepatite B.
  • Febre tifoide: A vacinação contra febre tifoide é recomendada para socorristas, se disponível.

Essas recomendações visam proteger a saúde das pessoas afetadas pelas enchentes e garantir que estejam imunizadas contra doenças potencialmente perigosas em situações de desastres naturais.