Parlamentares brasileiros e estadunidenses articulam frente internacional em defesa da democracia

© Caio Guatelli / Instituto Vladimir Herzog

 

Carta compromisso visa unir esforços contra ataques à democracia e contestações dos processos eleitorais em todo o mundo

 

 

 

Um importante passo está sendo dado por parlamentares brasileiros e estadunidenses na construção de uma frente internacional em defesa da democracia e contrária aos movimentos de contestação dos processos eleitorais. A iniciativa visa ampliar esse compromisso para congressistas e organizações sociais de outros países da América Latina e Europa, com o objetivo de criar uma frente internacional contra movimentos da extrema-direita mundial.

A senadora Eliziane Gama (PSD-MA), liderando uma comitiva de seis parlamentares do Brasil, esteve em Washington para articular esse compromisso. Em reuniões com congressistas dos Estados Unidos, como o democrata Jamie Raskin, destacou-se a necessidade de enfrentar os ataques à democracia, citando exemplos como a invasão do Capitólio nos EUA e o 8 de janeiro de 2023 no Brasil.

“A gente percebe que ataques à democracia estão acontecendo no mundo todo. A gente quer costurar um alinhamento internacional de forma que a gente possa ter uma frente ampla em defesa da democracia”, explicou a senadora Eliziane Gama.

O diretor executivo do Instituto Vladimir Herzog, Rogério Sottili, que ajudou a articular esse encontro entre os congressistas, ressaltou a importância da carta compromisso que está sendo elaborada. Segundo ele, a carta terá como questão central a defesa da democracia e a responsabilidade dos parlamentares em acompanhar os movimentos antidemocráticos.

A comitiva brasileira também se reuniu com o senador independente Bernie Sanders, que manifestou disposição em ajudar a construir esse movimento internacional em defesa da democracia. De acordo com a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), os congressistas discutiram a preocupação com a articulação da extrema-direita mundial e a necessidade de uma defesa coordenada da democracia em todo o mundo.

Essa iniciativa surge em meio a denúncias de ataques à democracia no Brasil, organizados por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, e tentativas de distorcer a realidade internacional sobre a situação democrática no país. A frente internacional busca combater esses movimentos autoritários e promover a defesa dos processos democráticos em escala global.