Presidente da Câmara discutirá prisão de Chiquinho Brazão antes de pautar em plenário

© Lula Marques/ Agência Brasil

 

Arthur Lira se reunirá com líderes e avaliará termômetro sobre o assunto antes de levar à votação

 

 

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), planeja discutir a situação da prisão do deputado federal Chiquinho Brazão (sem partido-RJ) com líderes partidários antes de decidir pautar o assunto em plenário. Antes dessa reunião, está agendado um encontro na terça-feira (9) de manhã entre Lira e o relator do caso na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, Darci de Matos (PSD-SC).

A expectativa é que essa reunião forneça um termômetro da avaliação de Lira sobre a possibilidade de dar celeridade ao assunto em plenário. Matos já apresentou um parecer favorável à manutenção da prisão de Brazão, determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, e acredita que, na CCJ, onde o quórum exigido é de maioria simples, é possível obter aprovação. Ele planeja votar o parecer na quarta-feira (10), quando termina o prazo de vista pedido por membros do colegiado.

No entanto, a votação na CCJ está atrelada à conversa com o presidente da Câmara. O próximo passo seria a votação em plenário, que, segundo o relator, ainda não conta com apoio suficiente. “Vamos buscar votos no plenário. Teremos que fazer um trabalho para obter votos. Vou falar com Arthur amanhã. Mas, na CCJ, acho que passa”, afirmou Matos à CNN.

Parlamentares do centrão manifestaram a possibilidade de não colaborar com o quórum necessário para uma possível votação em plenário, que exige maioria absoluta, ou seja, 257 votos, para manter Brazão preso.

Há uma percepção de que, nos últimos dias, aumentou a rejeição à determinação do STF entre os deputados da direita, que estão irritados com as ordens de Alexandre de Moraes.

Chiquinho Brazão está detido no presídio federal de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, desde o dia 27 de março. Ele e o irmão, Domingos Brazão, foram presos em 23 de março, sob suspeita de ordenarem o assassinato da vereadora do PSOL Marielle Franco.

Por ter mandato parlamentar, a prisão de Chiquinho Brazão precisa ser autorizada pelo plenário da Câmara dos Deputados.