História de Ivan Mota Dias é relembrada após 53 anos de seu desaparecimento
Ivan Mota Dias é um dos mais de 200 desaparecidos políticos durante a ditadura militar no Brasil, um jovem estudante de história na Universidade Federal Fluminense (UFF) que se destacou na luta contra o regime autoritário, integrando a Vanguarda Popular Revolucionária (VPR).
Com apenas 28 anos, Ivan foi preso em 15 de maio de 1971, no Rio de Janeiro, deixando para trás um legado de doçura, amizade, dedicação aos estudos e uma firme determinação por justiça. Seu paradeiro nunca foi confirmado, e sua família nunca pôde se despedir adequadamente dele.
Nesta semana, após 53 anos de seu desaparecimento, a UFF prestou uma emocionante homenagem a Ivan Mota Dias, lembrando sua trajetória e seu compromisso com a causa da democracia e dos direitos humanos. A cerimônia contou com a presença de membros da família de Ivan, incluindo Edda Mastrangelo Dias, que expressou sua gratidão e respeito pela memória do amigo e cunhado.
Edda, que foi amiga próxima de Ivan e também enfrentou os desafios e perigos da ditadura, destacou a importância de manter viva a memória daqueles que lutaram pela liberdade e pela justiça. Ela lembrou os tempos difíceis em que precisavam viver em constante vigilância e o apoio mútuo que fortalecia os laços entre os ativistas.
A busca por Ivan, após seu desaparecimento, foi uma jornada dolorosa e incansável para sua mãe, Nair Mota Dias, que nunca desistiu de procurar por seu filho até o final de seus dias. Mesmo sem confirmação oficial sobre sua morte, relatos de outros presos políticos indicaram tristemente o destino de Ivan, trazendo uma sombra de dor e incerteza sobre sua ausência.
A homenagem na UFF não apenas reconheceu a coragem e o comprometimento de Ivan com a causa democrática, mas também ressaltou a importância de manter viva a memória desses heróis anônimos da resistência, que lutaram por um Brasil mais justo e livre.
Ao encerrar a entrevista, Edda compartilhou uma mensagem de esperança e perseverança, citando o escritor Eduardo Galeano: “Para que serve a utopia? Serve para isso: para que eu não deixe de caminhar”. Essas palavras ressoam como um lembrete de que a luta pela justiça e pela liberdade continua, e que as vitórias podem ser conquistadas através da determinação e da solidariedade.