BNDES aprova financiamento de R$ 729,7 milhões para fábrica de etanol e farelo em Passo Fundo

Rio de Janeiro - Edifício sede do BNDES, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, no Centro do Rio. (Fernando Frazão/Agência Brasil)

 

Investimento impulsionará a produção de biocombustíveis e geração de empregos na região

 

 

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou a aprovação de um financiamento de R$ 729,7 milhões para a Be8, empresa líder nacional na produção de biodiesel, visando a construção de uma fábrica de etanol e farelo em Passo Fundo, no Rio Grande do Sul. Desse montante, R$ 500 milhões serão destinados ao projeto por meio do Programa BNDES Mais Inovação.

A nova usina terá capacidade flexível para produzir etanol anidro, utilizado na gasolina, ou hidratado para consumo direto, a partir do processamento de cereais como trigo, triticale e milho, entre outros. Com uma capacidade produtiva de 209 milhões de litros por ano, correspondente a 20% da demanda do Rio Grande do Sul, a fábrica contribuirá significativamente para reduzir a necessidade de importação desses produtos de outros estados.

O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, destacou a importância estratégica do Brasil na transição energética, especialmente no setor de biocombustíveis. Ele enfatizou que o banco tem desempenhado um papel crucial na promoção da inovação e sustentabilidade na indústria, alinhando-se às metas de desenvolvimento do país.

Segundo José Luis Gordon, diretor de Desenvolvimento Produtivo, Inovação e Comércio Exterior do BNDES, o projeto da Be8 reflete elementos fundamentais da nova política industrial, como a produção nacional de biocombustíveis e a utilização de novas matérias-primas para reduzir a emissão de poluentes.

Para Erasmo Carlos Batistella, presidente da Be8, o financiamento do BNDES é crucial para viabilizar um projeto inovador que não só impulsionará a produção de biocombustíveis, mas também contribuirá para o aumento da oferta de farelo e investimentos em tecnologia genética para trigo específico.

Além dos benefícios econômicos, a iniciativa também terá impactos positivos no mercado de trabalho, gerando aproximadamente 220 empregos diretos na fase operacional e 700 empregos durante a implantação do programa. A empresa priorizará a contratação de mão de obra local, promovendo capacitação especializada e contribuindo para o desenvolvimento regional. A fábrica também adotará práticas sustentáveis, como a autoprodução de energia elétrica a partir de biomassa e a reutilização de efluentes líquidos no processo produtivo.