Investigação sobre venda de joias: General Mauro Lourena Cid presta depoimento à PF

© Lula Marques/ Agência Brasil

 

Nesta terça-feira (26), o general Mauro Lourena Cid, pai do tenente-coronel Mauro Cid, prestou depoimento à Polícia Federal (PF) em Brasília. O depoimento está relacionado ao inquérito que investiga a venda de joias dadas pelo governo saudita ao governo brasileiro durante o mandato do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Segundo informações apuradas pela PF, os desvios das joias começaram em meados de 2022 e se estenderam até o início de 2023. Um dos casos investigados envolve o general Cid, que teria recebido US$ 68 mil pela venda de dois relógios, um Patek Phillip e um Rolex, depositados em sua conta bancária. O militar estava lotado no escritório da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) em Miami.

As investigações revelaram que os presentes, que incluíam também esculturas de ouro, foram transportados para fora do país em uma mala no avião presidencial. Entre os itens estavam esculturas de um barco e de uma palmeira folheadas a ouro, recebidas por Bolsonaro durante uma viagem ao Bahrein em 2021.

A PF apurou que o tenente-coronel Mauro Cid, então ajudante de ordens de Bolsonaro, participou do desvio dos itens, tentando vendê-los em lojas especializadas na Flórida, Estados Unidos. No entanto, as joias não foram aceitas nas lojas devido à sua composição não ser totalmente em ouro, o que levou os investigadores a estimarem seu valor em US$ 120 mil.

Outro conjunto de joias desviado foi recebido durante uma visita presidencial à Arábia Saudita em 2021. O Tribunal de Contas da União (TCU) determinou que os presentes recebidos pelo Presidente da República em cerimônias oficiais devem ser integrados ao acervo do Estado brasileiro.

O rosto do general Mauro Lourena Cid foi identificado em uma foto usada para negociar as esculturas nos EUA, revelando sua participação indireta no caso. No ano passado, Bolsonaro, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e o ex-secretário especial de Comunicação Social (Secom) da Presidência, Fabio Wajngarten, foram convocados a depor sobre o assunto.