
A recente operação que culminou na prisão de figuras políticas como Domingos Brazão, Chiquinho Brazão e o delegado Rivaldo Barbosa, apontados como mandantes e colaborador do assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes, trouxe à tona reflexões profundas sobre a segurança e o risco da atuação política, especialmente para mulheres negras e provenientes de regiões periféricas.
O cenário descortinado pela Operação Murder Inc. reacendeu debates sobre a ligação entre crimes e agentes do estado, colocando em evidência a vulnerabilidade dessas lideranças que se destacam na resistência e defesa de direitos fundamentais.
Para Dani Monteiro, deputada estadual do Psol, trabalhar por direitos humanos implica constantemente em confrontar interesses ocultos dentro do aparato estatal. Ela ressalta que o Rio de Janeiro é historicamente permeado por grupos políticos que buscam manter o controle das instituições em benefício próprio.
Mônica Francisco, militante pelos direitos humanos, expressa surpresa e preocupação diante das revelações, destacando a relação de confiança que existia anteriormente com algumas autoridades. Ela ressalta que a atuação política dessas mulheres negras periféricas é enfrentar um risco constante, especialmente diante da complexa interligação entre criminosos e autoridades.
Talíria Petrone, deputada federal do Psol-RJ, que também enfrenta ameaças constantes, enfatiza a urgência de enfrentar o poder das milícias, propondo uma PEC contra esses grupos criminosos que se infiltram nos meios políticos e institucionais.
Renata Souza, deputada estadual, destaca que o caso Marielle expõe uma engrenagem de violência política e feminicídio, clamando por justiça não apenas para Marielle, mas para todas as mulheres negras e periféricas que enfrentam diariamente a violência estrutural.
Nesse contexto, o Instituto Marielle Franco assume um papel crucial na busca por justiça e no fortalecimento da luta por direitos. Lígia Batista, diretora executiva do Instituto, enfatiza a necessidade de questionar a relação entre polícia e política, buscando transformações profundas na cultura política do país.
As revelações recentes do caso Marielle Franco reiteram a importância da segurança e da proteção das lideranças políticas que enfrentam desafios e riscos diários na defesa dos direitos humanos e na luta por uma sociedade mais justa e igualitária.