Pesquisadores brasileiros da Universidade Estadual do Norte Fluminense desenvolveram uma ferramenta revolucionária e de baixo custo para o controle de pernilongos e do Aedes aegypti, o mosquito transmissor de doenças como dengue, zika, chikungunya e febre amarela urbana.
Batizado de MataAedes, o produto tem se mostrado eficaz e, ao contrário de muitos inseticidas disponíveis no mercado, não é prejudicial ao meio ambiente, como explica Adriano Rodrigues de Paula, um dos autores da pesquisa. “Não é tóxico para o meio ambiente e para os animais. A armadilha é fácil de usar. Depois de aberta, pode ser colocada em cima de um móvel e já estará matando os mosquitos adultos. A armadilha funciona por 30 dias, durante o dia e a noite, matando os mosquitos. E depois precisa ser trocada, mas é descartável e 100% biodegradável, apresentando vantagens promissoras em relação aos produtos no mercado atualmente.”
O MataAedes é à base de um fungo, um inimigo natural de insetos encontrado em ambientes como florestas. A startup responsável pelo desenvolvimento isolou esse fungo, cultivou em laboratório e criou uma formulação para ser utilizada nas armadilhas, visando controlar os mosquitos adultos. O mecanismo da armadilha atrai e mata os mosquitos em até 48 horas.
Adriano destaca que foram mais de 10 anos de testes, análises, monitoramento e controle biológico até chegarem a essa solução. “Os resultados são animadores. Residências que recebem armadilhas com fungo têm redução de mais ou menos 80% da população de mosquitos, comparando com as residências que não recebem armadilhas com fungo. É mais uma ferramenta para o controle dos mosquitos Aedes aegypti e pernilongo, e deve ser utilizada em conjunto com outras estratégias, como a eliminação de criadouros e a colocação de telas em janelas.”
O estudo recebeu apoio financeiro da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj) e foi aplicado em mais de 200 residências, estabelecimentos comerciais e espaços públicos em Campos dos Goytacazes e Barra de São João, no noroeste fluminense. A ferramenta promete ser um grande avanço no combate às doenças transmitidas por mosquitos, contribuindo para a saúde pública e o bem-estar da população.