O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de fevereiro registrou um aumento significativo de 0,83%, quase o dobro do mês anterior, impulsionado principalmente pelos reajustes nas mensalidades escolares. Os dados, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira (12), revelam um cenário de pressão inflacionária, especialmente nos setores de educação e alimentação.
O IPCA de fevereiro deste ano ficou próximo do registrado no mesmo período de 2023, quando atingiu 0,84%. No acumulado dos últimos 12 meses, o índice soma 4,5%, dentro do limite máximo da meta estabelecida pelo Banco Central. No ano, a inflação já alcança 1,25%, representando um aumento em relação ao mesmo período do ano passado.
O segmento de educação foi o principal responsável pelo crescimento do IPCA em fevereiro, com um aumento expressivo de 4,98%. Os reajustes nas mensalidades escolares, comuns no início do ano letivo, contribuíram significativamente para esse resultado. O aumento dos preços nos cursos regulares, especialmente no ensino médio, ensino fundamental e pré-escola, impulsionou essa alta.
Em seguida, o grupo alimentação e bebidas também exerceu pressão sobre a inflação, registrando um aumento de 0,95%. Itens como cebola, batata-inglesa, frutas, arroz e leite longa vida foram os principais responsáveis por esse crescimento, influenciados por fatores climáticos, como temperaturas elevadas e um maior volume de chuvas.
No setor de transportes, os preços também apresentaram alta, com um aumento de 0,72%. Todos os combustíveis pesquisados registraram aumento, com destaque para a gasolina, que teve o maior impacto individual no índice. O aumento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre a gasolina e o óleo diesel contribuiu para esse aumento de preços.
Apesar do cenário inflacionário, as passagens aéreas apresentaram um alívio pelo segundo mês consecutivo, com uma queda de 10,71%, representando o maior impacto negativo no índice. Esse cenário reflete uma volatilidade nos preços desse segmento.
O IPCA é acompanhado de perto pelo Banco Central, que estabelece uma meta de inflação para o ano. Para 2024, a meta é de 3%, com uma tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. Desde setembro de 2023, o índice tem se reduzido gradativamente, aproximando-se do teto da meta vigente.
Além do IPCA, o IBGE também divulgou o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que fechou fevereiro em 0,81%. Esse índice calcula o custo de vida de famílias com renda de até cinco salários mínimos, complementando a análise da inflação no país.
