Ministro da Fazenda propõe taxação global das grandes fortunas em reunião

© Valter Campanato/Agência Brasil

 

Fernando Haddad enfatiza combate à desigualdade e às mudanças climáticas como prioridades

 

 

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, instou os países do G20 a se unirem em prol de uma taxação global das grandes fortunas, durante a 1ª Reunião de Ministros de Finanças e Presidentes de Bancos Centrais da Trilha de Finanças do G20, realizada nesta quarta-feira (28). Haddad, que participou do evento por vídeo após ser diagnosticado com covid-19, defendeu que os bilionários do mundo devem contribuir de forma mais justa com impostos.

“Precisamos fazer com que os bilionários do mundo paguem a sua justa contribuição em impostos. Acreditamos que uma tributação mínima global sobre a riqueza poderá constituir um terceiro pilar da cooperação tributária internacional”, declarou Haddad.

Além da taxação das grandes fortunas, o ministro enfatizou o enfrentamento à desigualdade e às mudanças climáticas como os principais desafios a serem enfrentados em conjunto pelos países do G20. Ele destacou a importância de considerar a desigualdade social como uma variável fundamental para a análise de políticas econômicas.

“A desigualdade não deve ser apenas tratada como uma preocupação social, mas sim como uma variável essencial para a análise de políticas econômicas. Precisamos desenvolver as ferramentas analíticas mais adequadas para lidar com essa questão”, afirmou Haddad.

O ministro também ressaltou a relação entre a desigualdade e a crise climática, apontando que os países menos desenvolvidos são os mais prejudicados pelos impactos das mudanças climáticas. Ele pediu um novo entendimento sobre globalização e cooperação internacional, diferenciando-se do modelo anterior que gerou crises socioeconômicas.

“A atual reação à globalização pode ser atribuída ao tipo específico de globalização que prevaleceu até a crise financeira de 2008. Precisamos de uma nova abordagem que priorize a justiça social e a sustentabilidade ambiental”, concluiu o ministro Fernando Haddad.