Os dados do Censo 2022, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (23), revelam um avanço no acesso ao sistema de esgotamento sanitário no Brasil. No entanto, persistem desigualdades regionais e entre áreas urbanas e rurais.
De acordo com o levantamento, 75,7% dos brasileiros tinham acesso a sistema de esgoto adequado, como rede coletora ou fossa séptica, na época da pesquisa. Esse número representa um aumento significativo em relação aos anos anteriores: em 2000, eram 59,2%, e em 2010, 64,5%.
A distribuição desse acesso varia conforme o tamanho do município. Cidades menores, com até 5 mil habitantes, têm apenas 49,2% de seus moradores com esgoto adequado, enquanto nas cidades com mais de 500 mil habitantes, o índice chega a 91,3%.
Apesar do crescimento em todas as regiões do país entre 2010 e 2022, as desigualdades persistem. O Sudeste lidera com 90,7% de esgoto adequado, seguido pelo Sul com 83,9%. No Nordeste e Norte, os números são mais baixos, com 58,1% e 46,4%, respectivamente. O Centro-Oeste registrou o crescimento mais expressivo, passando de 50,7% para 73,4%.
O Censo também abordou o acesso a banheiros. Em 2022, 97,8% dos brasileiros tinham banheiro de uso exclusivo, contra 92,3% em 2010. No entanto, as regiões Norte e Nordeste ainda apresentam os menores percentuais, com 90,5% e 95,3%, respectivamente.
O estudo também revelou um aumento no número de residências com dois ou mais banheiros, passando de 28,5% em 2010 para 33,7% em 2022. Apesar dos avanços, a pesquisa evidencia a necessidade de políticas públicas mais eficazes para garantir o acesso universal ao saneamento básico em todo o país.