Um escritório de advocacia que representa as vítimas da tragédia de Brumadinho, em Minas Gerais, divulgou que cerca de 300 pessoas aderiram a uma ação movida nos tribunais alemães contra a empresa de auditoria Tüv Süd, contratada pela Vale. O processo visa uma indenização em torno de 600 milhões de euros, o equivalente a mais de R$ 3,2 bilhões.
O rompimento da barragem da Mina Córrego do Feijão, ocorrido há cinco anos, deixou um rastro de destruição, resultando na perda de 272 vidas e graves danos socioambientais. A investigação apontou falhas na declaração de estabilidade da estrutura, emitida pela Tüv Süd, que permitiu a continuidade das operações da Vale.
As investigações conduzidas pela Polícia Federal e pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) em Minas Gerais resultaram em indiciamentos de funcionários da Vale e da Tüv Süd por uso de documento falso. A empresa alemã, contudo, alega não ter responsabilidade legal pelo desastre e afirma que as declarações de estabilidade estavam em conformidade com a legislação brasileira.
Enquanto as indenizações coletivas são tratadas em acordos judiciais, as compensações individuais e trabalhistas seguem em negociações específicas. A Tüv Süd, por sua vez, tem sido alvo de provisões financeiras anuais para custos de defesa e consultorias judiciais em relação ao desastre.
O processo na Alemanha, que inicialmente envolveu um pequeno grupo de vítimas, segue em tramitação no Tribunal Regional Superior de Munique. As autoridades brasileiras federalizaram o caso, e atualmente 16 réus respondem criminalmente pelo rompimento da barragem.