Superendividamento no Brasil: Especialistas Apontam Saídas e Destacam Importância de Pedir Ajuda

© Marcello Casal JrAgência Brasi

 

Um desafio enfrentado por muitos brasileiros, o superendividamento, fenômeno social que pode acometer qualquer pessoa, ganha destaque na busca por soluções. Especialistas apontam que, apesar das dificuldades, recuperar a saúde financeira é possível, e o primeiro passo é pedir ajuda.

Em entrevista ao programa Revista Brasil, da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), o professor de direito do consumidor do Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP), Ricardo Morishita Wada, destaca a importância de compreender a situação da dívida em conjunto com o endividado. Identificar os credores, valores, prazos e buscar tratamentos para reorganizar as finanças são passos cruciais.

Morishita menciona programas governamentais, como o Desenrola Brasil, que permitiu aos consumidores negociar dívidas e repactuar planos de pagamento. O recente grupo de trabalho criado pelo Ministério da Justiça para tratar do superendividamento também é destacado como uma medida positiva.

O superendividamento pode ocorrer por passivo, quando eventos como perda de emprego ou doença levam a dívidas, ou por ativo, quando o consumidor contrai dívidas que se tornam incontroláveis. Morishita aponta o achatamento da renda e as elevadas taxas de juros como fatores contribuintes.

Myrian Lund, professora de finanças da Fundação Getulio Vargas (FGV), destaca que o superendividamento resulta muitas vezes de empréstimos para pagar dívidas anteriores. A excessiva utilização de cartões de crédito, frequentemente parcelando compras, é uma característica comum.

Thiago Basílio, defensor público e subcoordenador do Núcleo de Defesa do Consumidor (Nudecon) da Defensoria Pública do Rio de Janeiro, ressalta a importância de buscar ajuda externa, destacando o papel da Defensoria no tratamento extrajudicial do superendividamento. Ele destaca a Lei do Superendividamento, de 2021, que estabelece a renegociação das dívidas na Justiça.

Apesar dos desafios, os especialistas concordam que, com ajuda, planejamento e educação financeira contínua, é possível superar o superendividamento e construir uma vida financeira mais estável e sustentável.