Mostra revela fotos e objetos danificados por golpistas que invadiram a sede do Legislativo em Brasília há um ano.
No próximo dia 8 de janeiro, será inaugurada uma exposição que rememora a invasão ocorrida na Câmara dos Deputados em 2023, marcando o primeiro aniversário dos ataques às instituições em Brasília. A mostra, composta por 30 fotos do evento e objetos danificados, busca documentar os impactos do ato que abalou o país.
As imagens, capturadas por servidores da casa e pelo renomado repórter fotográfico Joédson Alves, da Agência Brasil, revelam a destruição interna do prédio e a invasão do Congresso Nacional. A exposição também apresenta objetos restaurados, incluindo os azulejos do painel Ventania, de Athos Bulcão, e presentes protocolares recebidos de países estrangeiros, como vasos e esculturas, que estavam em exposição no Salão Verde no dia da invasão.
O catálogo da exposição contextualiza as manifestações, destacando que o objetivo final era a deposição do presidente recém-empossado, o fechamento do Congresso Nacional e a tomada do poder, contando com suposto apoio militar. O texto ressalta a reconstrução dos danos físicos, a restauração das obras artísticas profanadas e a restituição simbólica dos valores democráticos.
Os objetos danificados, restaurados pela Coordenação de Preservação de Conteúdos Informacionais (Cobec) da Câmara, serão apresentados como testemunhas da história recente do Brasil. A proposta é destacar que, assim como os seres vivos, os objetos também carregam os sinais do tempo e dos traumas.
“Originalmente símbolos do encontro diplomático e das relações fraternais entre diferentes nações, estes objetos foram danificados e convertidos em centenas de fragmentos. Hoje servem de testemunho dos acontecimentos de 8 de janeiro de 2023”, afirma Marcelo de Sá, diretor do Museu da Câmara dos Deputados.
Dos 46 presentes em exibição naquele dia, quatro sofreram danos extremamente graves, 10 sofreram danos significativos, e 2 estavam desaparecidos, sendo um deles posteriormente devolvido ao acervo da casa.
“Mesmo em cacos, as peças desta exposição continuam seu curso e, ainda que restauradas, carregarão marcas do que viveram. As cicatrizes ajudarão a contar sua história”, destaca Marcelo de Sá. As marcas da destruição foram mantidas como uma forma de preservar a memória daquele evento na trajetória de cada objeto e da instituição em que estão inseridos.