Balança comercial brasileira encerra 2023 com superávit recorde de US$ 98,839 bilhões

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Exportações alcançam patamar recorde, enquanto importações registram queda, contribuindo para resultado histórico

 

 

O Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) anunciou nesta sexta-feira (5) que a balança comercial brasileira encerrou o ano de 2023 com um superávit recorde de US$ 98,839 bilhões. Esse resultado é impulsionado pela safra recorde de soja e pela diminuição das importações, consolidando-se como o maior superávit desde o início da série histórica em 1989.

As exportações brasileiras alcançaram um recorde de US$ 339,673 bilhões em 2023, representando um aumento de 1,7% em relação ao ano anterior. Em contrapartida, as importações registraram uma queda de 11,7%, totalizando US$ 240,835 bilhões. A média diária da balança comercial em dezembro também atingiu um marco histórico, com um superávit de US$ 9,36 bilhões, um aumento de 127,1% em comparação com o mesmo período de 2022.

A performance positiva superou as expectativas do mercado, que previa um superávit comercial de US$ 81,3 bilhões, de acordo com o boletim Focus divulgado pelo Banco Central. Além disso, o resultado ultrapassou a estimativa de US$ 93 bilhões divulgada pelo próprio MDIC em outubro.

O aumento nas exportações foi impulsionado principalmente pelo aumento na quantidade exportada, que teve um incremento de 8,7% em 2023. Esse crescimento foi motivado pela safra recorde de grãos. Por outro lado, os preços médios apresentaram uma redução de 6,3%, influenciados pela desaceleração nas cotações internacionais das commodities.

Quanto às importações, a quantidade adquirida teve uma queda de 2,6%, enquanto o preço médio recuou 8,8%. A diminuição nos preços foi principalmente atribuída à redução nos valores internacionais do petróleo e de derivados, como fertilizantes, ao longo de 2023.

Em comunicado por videoconferência, o ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços e Vice-Presidente da República, Geraldo Alckmin, destacou que, mesmo com a queda nos preços das commodities e o menor crescimento da economia mundial, o Brasil teve um avanço significativo nas exportações. Ele anunciou uma meta de US$ 348 bilhões em exportações para 2024, projetando continuar o desempenho positivo.

Alckmin ressaltou ainda que o país registrou um recorde de 28,5 mil empresas exportadoras em 2023 e alcançou vendas recordes para o exterior de produtos como soja, açúcar, milho, carnes e máquinas de mineração. Quanto aos principais mercados, ele destacou as maiores expansões nas exportações para China, Indonésia, México, Vietnã, Argentina, Uruguai e Paraguai.

Para 2024, o MDIC projeta um superávit de US$ 94,4 bilhões, com uma leve queda de 4,5% em relação a 2023, baseando-se em um aumento previsto de 2,5% nas exportações e de 5,4% nas importações. Essa projeção considera a recuperação da economia e um cenário de preços internacionais menos voláteis em comparação ao início do conflito entre Rússia e Ucrânia.