Ferramenta inovadora mede vulnerabilidade social de usuários do SUS

Médicos fazem treinamento no hospital de campanha para tratamento de covid-19 do Complexo Esportivo do Ibirapuera.

 

Desenvolvida em colaboração entre instituição de pesquisa privada e Ministério da Saúde, a Escala de Vulnerabilidade Social busca aprimorar o atendimento no Sistema Único de Saúde

 

 

 

Uma iniciativa conjunta entre o Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein e o Ministério da Saúde resultou na criação da Escala de Vulnerabilidade Social, uma ferramenta inovadora destinada a medir a vulnerabilidade econômica e social das famílias que utilizam o Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil.

A escala é aplicada por meio de um questionário composto por 14 perguntas, podendo ser respondido diretamente pelo paciente ou administrado por profissionais de saúde. As questões abrangem diversas dimensões, incluindo renda, cuidados com a saúde, situação familiar e exposição à violência. Com base nas respostas obtidas, é possível classificar as famílias em graus de vulnerabilidade baixa, moderada ou alta.

De acordo com Marcio Paresque, gerente de projetos do Einstein, a utilização da Escala de Vulnerabilidade Social é crucial para compreender as dinâmicas e as vulnerabilidades específicas de cada território, possibilitando estratégias de acesso mais eficientes nas unidades básicas de saúde. Ele destaca a importância dessa abordagem tanto para a prevenção quanto para a assistência, considerando a diversidade de situações que podem ser encontradas.

A implementação inicial da escala ocorreu em unidades municipais nas regiões de Campo Limpo, Vila Andrade e Paraisópolis, na capital paulista, abrangendo cerca de 100 mil famílias cadastradas. Os resultados iniciais indicam que 12,6% das famílias apresentam vulnerabilidade moderada, enquanto 7,67% vivem em situação de alta vulnerabilidade.

A proposta é estender o uso dessa ferramenta inovadora para outras unidades do SUS em todo o país. A Prefeitura de Boa Vista, em Roraima, já manifestou a intenção de adotar a escala, e o estado do Paraná recomendou que seus municípios também a incorporem em suas práticas de atendimento.

A Escala de Vulnerabilidade Social foi desenvolvida como parte do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (Proadi-SUS), uma colaboração entre o Ministério da Saúde e seis hospitais brasileiros sem fins lucrativos. Lançado em 2009, o programa tem como objetivo fortalecer o SUS por meio de projetos que abrangem capacitação de recursos humanos, pesquisa, avaliação, incorporação de tecnologias, gestão e assistência especializada.