Startup desenvolve autocoletor de células do colo do útero

Estudos foram feitos por pesquisadores de Boston, nos Estados Unidos CDC on Unsplash

 

 

Um projeto inovador desenvolvido por uma startup, com o apoio do programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (Pipe) da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), apresenta um autocoletor de amostras do colo do útero capaz de detectar instantaneamente a presença de células cancerígenas no órgão. O teste, semelhante aos testes rápidos de gravidez, oferece uma abordagem pioneira para o rastreamento do câncer cervical.

O câncer do colo do útero é o terceiro tumor mais frequente entre mulheres no Brasil, especialmente em regiões com Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) baixo, de acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca). O novo autocoletor visa ser uma ferramenta acessível e eficaz para reduzir a incidência desse tipo de câncer, especialmente entre mulheres em idade de rastreamento.

Caroline Brunetto de Farias, CEO da Ziel Biosciences, explicou o funcionamento do autocoletor: “Basta a mulher coletar, misturar o material em um líquido e levar esse material ao laboratório para análise.” A startup, que já possui parcerias com prefeituras, realiza a entrega do autocoletor por meio de agentes de saúde, facilitando o acesso para aquelas que não costumam frequentar unidades básicas de saúde ou que residem em áreas de difícil acesso.

O teste ainda está em fase final de validação, com previsão de submissão para registro pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no primeiro trimestre de 2024. O autocoletor e o teste podem ser adquiridos em kits ou separadamente, proporcionando uma abordagem flexível para os usuários.

A startup está desenvolvendo um aplicativo para auxiliar na interpretação dos resultados do teste, visando minimizar possíveis inseguranças. Caroline ressaltou que a solução da startup é única, pois realiza a citologia líquida instantaneamente, diferenciando-se de autocolhedores convencionais.

Apesar de ainda não haver informações sobre o custo do produto e sua disponibilidade em farmácias, a expectativa é de que o autocoletor possa ser incorporado ao Sistema Único de Saúde (SUS), aumentando o acesso das mulheres ao exame e, consequentemente, reduzindo os custos associados ao tratamento do câncer do colo do útero. O projeto promete não apenas inovação tecnológica, mas também impacto positivo na saúde pública brasileira e em outros lugares do mundo com desafios semelhantes.