Balança Comercial: exportações brasileiras devem registrar pequena queda em 2024

© 26.07.2020/Tânia Rêgo/Agência Brasil

 

A Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) divulgou hoje suas projeções para a balança comercial em 2024, destacando uma ligeira queda nas exportações e um aumento nas importações. Segundo a previsão, as exportações devem totalizar US$ 334,517 bilhões, uma diminuição de 0,6% em relação aos US$ 336,532 bilhões estimados para 2023. No entanto, as importações estão projetadas para aumentar em 0,62%, atingindo US$ 241,745 bilhões em 2024, contra os US$ 240,345 bilhões estimados para este ano.

A previsão aponta para um superávit de US$ 92,772 bilhões em 2024, representando uma queda de 3,5% em comparação aos US$ 96,187 bilhões esperados para 2023. O presidente da AEB, José Augusto de Castro, destacou que o mercado internacional está calmo, sem variações abruptas de preços, e que, embora fatores políticos ou econômicos possam alterar o cenário, o comércio permanece estável.

Os setores de soja, petróleo e minério continuam dominando as exportações, representando 37,05% do total projetado para 2024. Castro ressaltou que o mercado aceita passivamente os acontecimentos, e que fatores como mudanças geopolíticas envolvendo China, Estados Unidos e Rússia poderiam gerar alterações, mas, por ora, não são suficientes para impactar o comércio mundial.

A AEB projetou variações nas cotações médias em dólar por tonelada de diversos produtos brasileiros para 2024. Destacam-se aumentos nas cotações de minério de ferro, petróleo, soja em grão, celulose e óleos combustíveis, enquanto são esperadas quedas nas cotações de café, carne de aves, carne suína, milho, carne bovina e farelo de soja.

Sobre a Argentina, Castro expressou otimismo em relação aos reflexos da posse do novo presidente, Javier Milei, acreditando que uma safra robusta pode beneficiar as exportações brasileiras para o país vizinho. No entanto, ele ressaltou que o aumento da produção agrícola dependerá das condições climáticas.

O presidente da AEB também lamentou a falta de produtos manufaturados expressivos na balança brasileira, apontando para a necessidade de aprovação da reforma tributária e redução de custos para impulsionar a produção industrial.