Petrobras se destaca ao arrematar 29 blocos na Bacia de Pelotas, abrindo nova fronteira de exploração
A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) realizou nesta quarta-feira (13) um leilão de 33 setores com blocos exploratórios de petróleo em diversas bacias sedimentares do Brasil, arrecadando R$ 421,7 milhões em bônus de assinaturas. A Petrobras foi uma das grandes vencedoras, arrematando 29 blocos na Bacia de Pelotas, abrindo uma nova fronteira de exploração.
O montante arrecadado representou um ágio de 179,69% em relação ao valor mínimo exigido para as áreas exploratórias. No total, os lances vencedores se comprometeram com R$ 2,01 bilhões em investimentos na fase de exploração. As áreas leiloadas fazem parte do 4º Ciclo da Oferta Permanente de Concessão (OPC) e estão localizadas nas bacias de Amazonas, Espírito Santo, Paraná, Pelotas, Potiguar, Recôncavo, Santos, Sergipe-Alagoas e Tucano.
As 192 blocos arrematados correspondem a uma área de 47,1 mil quilômetros quadrados, aproximadamente do tamanho do Espírito Santo. Destaque para a Bacia de Pelotas, onde a Petrobras, em consórcio com a Shell e CNOOC, arrematou todos os 29 blocos ofertados, representando um bônus de assinatura de cerca de R$ 116 milhões.
O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, celebrou o desempenho da estatal, que atingiu 100% de aproveitamento, classificando a Bacia de Pelotas como uma nova fronteira para a empresa. O executivo ressaltou a importância de explorar novas áreas para repor reservas e manter o fluxo necessário de consumo de petróleo nas próximas décadas.
Além da Petrobras, outras empresas participaram do leilão, totalizando 21 concorrentes, sendo seis estrangeiras. Entre as participantes, destaque para a Elysian, uma novata no setor, que arrematou mais de 100 blocos nas bacias de Potigar, Espírito Santo e Sergipe-Alagoas, comprometendo-se com cerca de R$ 12 milhões em bônus de assinatura.
A ANP defendeu a realização do leilão em um momento em que o mundo busca uma transição energética para fontes mais sustentáveis. O diretor-geral da ANP, Rodolfo Saboia, enfatizou que a dependência do petróleo e gás não será eliminada a curto prazo, e a indústria do petróleo continua contribuindo para a arrecadação de recursos essenciais.
O leilão desta quarta-feira enfrentou oposição de instituições da sociedade civil ligadas a questões ambientais, que apontaram ameaças a territórios quilombolas, indígenas e unidades de conservação. Apesar disso, o certame prosseguiu, consolidando-se como parte da oferta permanente, modalidade mais atrativa para pequenas e médias empresas explorarem áreas de petróleo e gás no Brasil.
A ANP também realizará o 2º Ciclo da Oferta Permanente de Partilha de Produção (OPP), incluindo blocos no Polígono do Pré-Sal, ainda nesta quarta-feira.