Ministro do Trabalho instiga empresas a oferecerem salários mais altos para os trabalhadores

© Rovena Rosa/Agência Brasil

 

Luiz Marinho destaca a precariedade do mercado de trabalho e pede reflexão sobre salários durante lançamento do Pacto Nacional pela Inclusão Produtiva das Juventudes

 

 

 

O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, enfatizou nesta segunda-feira (11) a importância de as empresas esforçarem-se para proporcionar salários mais elevados aos trabalhadores. Durante o lançamento do Pacto Nacional pela Inclusão Produtiva das Juventudes, Marinho destacou que, embora o número de desempregados esteja diminuindo, a maioria das vagas geradas oferece remunerações na faixa de R$ 1,5 mil a R$ 1,7 mil.

“Nós precisamos refletir muito sobre a precariedade do mercado de trabalho”, enfatizou o ministro. Ele instou as empresas a considerarem ajustes nos salários oferecidos em relação aos níveis de lucratividade alcançados. “A gente também deixa uma reflexão para as empresas pensarem a sua estrutura de salários, se está adequada ao seu nível de lucratividade, se estão compatíveis os ganhos com pagar um salário melhor”, afirmou Marinho.

O Pacto Nacional pela Inclusão Produtiva das Juventudes é uma iniciativa do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). O documento apresenta uma série de compromissos para os governos, empresas, sindicatos e o terceiro setor atuarem em conjunto pela inclusão produtiva da juventude.

Envelhecimento e Desafios O Unicef destaca que o Brasil está passando por um momento de redução do percentual de jovens na população. Dados do MTE revelam que apenas 14% dos jovens desempenham atividades técnicas qualificadas, enquanto a maioria ocupa funções como operador de telemarketing, vendedor e motorista de aplicativo. A informalidade atinge 51% das mulheres e 56% dos jovens negros.

O presidente do Conselho Nacional da Juventude, Marcos Barão, ressaltou a necessidade de atenção para esses dados e a implementação de medidas concretas para alterar a situação. “É um futuro muito indesejável, eu garanto isso. É um futuro em que o Brasil envelhece antes de prosperar. E o resultado é pobreza, é violência, é aprofundamento das desigualdades, inclusive todas as empresas aqui presentes vão perder. Todo mundo perde”, alertou Barão.

A inclusão dos jovens, segundo Barão, envolve questões além da capacitação profissional, abrangendo temas como trabalho digno, educação, cidadania, saúde mental e território. Ele ressaltou que a exclusão é um desafio complexo que demanda pactuação e soluções sistêmicas.