Ministro Camilo Santana destaca mudanças nos cursos de formação de professores e avalia desempenho do Brasil no Pisa 2022
O ministro da Educação, Camilo Santana, anunciou nesta terça-feira que o governo federal está considerando proibir que cursos de licenciatura tenham 100% da carga horária na modalidade de ensino à distância (EaD). Em entrevista coletiva após a apresentação dos resultados do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) 2022, Santana destacou que o ministério avalia a redução dessa modalidade para 50% ou 30% da carga horária total.
O ministro reiterou a importância de reavaliar os cursos de licenciatura não presenciais, que tiveram as autorizações para novos cursos 100% EaD suspensas por 90 dias em novembro. Essas mudanças fazem parte da busca por aprimorar a formação de professores no país.
Em relação ao Pisa 2022, Santana expressou sua preocupação com os resultados, evidenciando que menos de 50% dos alunos brasileiros sabem o básico em matemática e ciências. Destacou que o Programa serve como ferramenta importante para orientar as decisões políticas do governo brasileiro, principalmente no cenário em que a execução da educação básica é de responsabilidade dos estados e municípios.
O Brasil foi apontado como uma exceção, mantendo uma estabilidade no desempenho desde 2009, mesmo diante dos desafios provocados pela pandemia de COVID-19. Contudo, o ministro reconheceu que o desempenho em matemática, com 73% dos estudantes avaliados abaixo do básico, é um grande desafio.
Santana listou estratégias adotadas pelo governo para melhorar a educação, como o Compromisso Nacional Criança Alfabetizada, escolas em tempo integral, conectividade em todas as escolas, qualidade na formação de professores, redução da repetência e a permanência dos estudantes nas escolas. O ministro também indicou mudanças no Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade), tornando-o anual para os cursos de licenciatura.
O ministro espera que a reestruturação do ensino médio, proposta no projeto de lei, não seja politizada e salienta que recursos da União serão destinados para executar as políticas públicas voltadas à educação citadas durante o evento.
Diante do desafio de melhorar a educação brasileira, o governo busca estratégias abrangentes, desde a formação de professores até a reorganização curricular, visando elevar o padrão educacional no país. O próximo Pisa, em 2025, poderá avaliar o desempenho educacional por estado, possibilitando estratégias mais direcionadas para reduzir as desigualdades regionais.
