Levantamento conduzido pela Medscape revela a perspectiva dos médicos enquanto pacientes e suas visões sobre o sistema de saúde
Um recente levantamento realizado pela plataforma Medscape revelou que 63% dos médicos brasileiros já questionaram a decisão de tratamento prescrito por colegas quando estavam no papel de paciente. A pesquisa, que contou com a participação de 1.089 profissionais de mais de 16 especialidades, ocorreu entre os dias 6 de abril e 23 de julho de 2023, e buscou coletar dados sobre a experiência dos médicos ao se encontrarem na posição de paciente.
A maioria dos médicos entrevistados (73%) reconheceu a importância de buscar consultas de outros profissionais, mas também admitiu recorrer à automedicação quando consideram apropriado.
Outros dados destacam que 77% dos médicos acreditam que sua profissão os torna mais propensos a recusar determinadas opções de tratamento, e 74% afirmam fazer mais perguntas sobre o tratamento receitado do que pacientes não médicos.
As razões para questionar colegas incluem a crença de que a introdução de novos medicamentos nem sempre representa uma melhoria em relação às opções já disponíveis, a busca por mais evidências sobre o tratamento e alternativas antes de aceitar a prescrição médica.
Apesar disso, 80% dos entrevistados afirmaram sentir-se seguros ao aceitar medicamentos prescritos por outros médicos, confiando em seu próprio discernimento para validar as prescrições.
A pesquisa também abordou a diferença no atendimento entre médicos e não médicos, com 55% dos entrevistados avaliando que o atendimento recebido por médicos é superior. Contudo, a Medscape ressalta que essa percepção pode ser influenciada pelo acesso privilegiado dos médicos a hospitais e profissionais de referência quando estão doentes.
Outros resultados indicam que 74% dos médicos admitiram que o conhecimento prévio tende a aumentar o medo quando enfrentam doenças ou quadros clínicos desafiadores. Após passarem por experiências como pacientes, 76% indicaram que isso os tornou mais empáticos em relação aos próprios pacientes, e metade afirmou que a experiência teve um impacto significativo em sua prática profissional.