Pesquisadores do Texas Descobrem Potencial Preventivo para Doenças Neurodegenerativas na Borra de Café Usada

Foto de Nathan Dumlao na Unsplash

 

Estudo liderado por estudante de doutorado da Universidade do Texas em El Paso revela propriedades neuroprotetoras em pontos quânticos de carbono derivados da borra de café, apontando para uma possível prevenção de condições como Alzheimer e Parkinson

 

 

 

Uma equipe de pesquisadores da Universidade do Texas em El Paso, nos Estados Unidos, acredita ter dado um passo crucial na prevenção de doenças neurodegenerativas ao descobrir propriedades neuroprotetoras em pontos quânticos de carbono (CACQDs) derivados da borra de café usada. As doenças como Alzheimer, Parkinson e Huntington impactam milhões de pessoas globalmente, resultando em custos significativos para o tratamento e cuidados.

O estudo, liderado por Jyotish Kumar, estudante de doutorado no Departamento de Química e Bioquímica, revela que os CACQDs, obtidos a partir da borra de café, apresentam alto potencial na proteção das células cerebrais contra danos causados por fatores desencadeadores de doenças neurodegenerativas, como obesidade, envelhecimento e exposição a pesticidas e produtos químicos tóxicos ambientais.

Publicado na edição de novembro da revista Environmental Research, o artigo destaca a inovação desses pontos quânticos de carbono à base de ácido cafêico como uma possível abordagem transformadora no tratamento dessas condições. Kumar ressalta a importância de encontrar uma cura que aborde as bases atômicas e moleculares subjacentes a essas doenças, ao contrário dos tratamentos atuais que focam apenas no controle dos sintomas.

As doenças neurodegenerativas são caracterizadas pela perda de neurônios, afetando diversas funções vitais, como movimento, fala e habilidades cognitivas. A pesquisa destaca a prevenção nos estágios iniciais desses distúrbios, quando fatores como radicais livres e agregação de proteínas amilóides estão presentes. Os CACQDs, em experimentos com tubos de ensaio e modelos de doença de Parkinson, demonstraram ser neuroprotetores, removendo radicais livres e inibindo a agregação de fragmentos de proteína amilóide, sem efeitos colaterais significativos.

Mahesh Narayan, professor do Departamento de Química e Bioquímica e membro da Royal Society of Chemistry, enfatiza a importância de abordar esses distúrbios antes que atinjam estágios clínicos avançados, destacando a busca por uma solução acessível para prevenir a maioria dos casos dessas condições. Os pesquisadores agora buscam financiamento adicional para avançar nos testes e expandir os estudos dessa promissora abordagem preventiva.