Mercado Financeiro Reduz Previsão de Inflação pelo Terceiro Semana Consecutiva, Aponta Boletim Focus

© Marcello Casal JrAgência Brasil

 

Estimativas para o IPCA em 2023 ficam acima da meta, e projeções para a Selic e PIB também são apresentadas

 

 

 

Pela terceira semana consecutiva, a previsão do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial do país, teve uma redução, passando de 4,55% para 4,53% este ano. Esses dados constam no Boletim Focus, divulgado pelo Banco Central nesta segunda-feira (27), que apresenta as expectativas de diversas instituições financeiras para os principais indicadores econômicos.

Para o ano de 2024, a projeção da inflação ficou em 3,91%, enquanto para 2025 e 2026, as estimativas são de 3,5% para ambos os anos. A estimativa para 2023 está acima do centro da meta de inflação definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que é de 3,25%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.

A previsão do mercado para a inflação de 2024 também está acima do centro da meta prevista, fixada em 3%, mas ainda dentro do intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual.

Em outubro, o aumento nos preços das passagens aéreas impactou o IPCA, que ficou em 0,24%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), abaixo da taxa de setembro, que teve uma alta de 0,26%.

A inflação acumulada em 2022 atingiu 3,75%, enquanto nos últimos 12 meses, o índice está em 4,82%.

Juros Básicos e Perspectivas Econômicas

Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central utiliza como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, definida em 12,25% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom). Diante do comportamento dos preços, o Copom realizou cortes nos juros pela terceira vez no semestre, indicando que novas reduções de 0,5 ponto percentual podem ocorrer nas próximas reuniões.

A projeção do mercado para a Selic é de encerrar 2023 em 11,75% ao ano. Já para o fim de 2024, a estimativa é que a taxa básica caia para 9,25% ao ano. Para 2025 e 2026, as previsões são de Selic em 8,75% ao ano e 8,5% ao ano, respectivamente.

Quando o Copom aumenta a Selic, a intenção é conter a demanda aquecida, impactando nos preços. No entanto, a Selic mais alta encarece o crédito e estimula a poupança, fatores que podem dificultar a expansão da economia. Quando há redução na Selic, a tendência é que o crédito fique mais acessível, incentivando a produção e o consumo, mas impactando o controle sobre a inflação.

PIB e Câmbio

A previsão de crescimento para a economia brasileira em 2023 variou de 2,85% para 2,84%. Para 2024, a expectativa é de um crescimento de 1,5% no Produto Interno Bruto (PIB). Para os anos de 2025 e 2026, as projeções apontam uma expansão de 1,93% e 2%, respectivamente.

No que diz respeito à cotação do dólar, a previsão é de R$ 5 para o fim de 2023, enquanto para o fim de 2024, a expectativa é que a moeda americana alcance R$ 5,05.