Especialistas destacam que, apesar da presença descontrolada em alguns estados, o inseto não é portador de microrganismos que causam doenças aos seres humanos
A proliferação da mosca-da-carambola em estados como Amapá, Amazonas, Pará e Roraima tem gerado preocupações, mas especialistas tranquilizam a população ao afirmar que não há riscos iminentes à saúde humana. A médica infectologista e pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em Manaus, Flor Martinez Espinosa, esclarece que, ao contrário de mosquitos que transmitem doenças como malária ou dengue, a mosca-da-carambola não desenvolve parte do ciclo vital no inseto que pode ser transmitido ao homem.
“Ainda não há evidências de que ela possa ser portadora de algum microrganismo capaz de causar doença ao homem”, assegura a médica. No entanto, ressalta que, como qualquer inseto, a mosca-da-carambola pode contaminar alimentos, ao pousar em locais como lixo ou matéria fecal, e, em seguida, pousar em alimentos que serão ingeridos por humanos. A especialista enfatiza que, embora seja um evento possível, não representa um risco de epidemias.
A pesquisadora Silvia Miranda, professora da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da USP (Esalq/USP), corrobora a avaliação, afirmando que não há risco direto à saúde humana pela proliferação da mosca-da-carambola. Ela destaca, no entanto, que o controle químico utilizando defensivos agrícolas para conter a infestação pode gerar problemas se utilizado indevidamente, resultando em contaminações.
A emergência fitossanitária declarada pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) em quatro estados é uma resposta à presença descontrolada da mosca-da-carambola, nativa da Indonésia, Malásia e Tailândia. Apesar de representar uma ameaça à agricultura, a espécie não apresenta, até o momento, riscos significativos à saúde humana.