Presidente Lula destaca importância do diálogo e da diplomacia em discurso no Palácio Itamaraty

Foto: Ricardo Stuckert / PR

 

Lula ressalta a necessidade de acordos entre nações, defende a história de união na América do Sul e exorta diplomatas a manterem a altivez da política externa brasileira

 

 

Em um discurso proferido nesta terça-feira (22) no Palácio Itamaraty, em Brasília, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva enfatizou a importância do diálogo e da diplomacia entre nações, destacando que, embora os presidentes não precisem ser necessariamente amigos, é fundamental chegar a acordos em prol dos interesses de cada país.

“Eu não tenho que gostar do presidente do Chile, da Argentina, da Venezuela. Ele não tem que ser meu amigo. Ele tem que ser presidente do país dele, eu tenho que ser presidente do meu país. Nós temos que ter políticas de Estado brasileiro e ele, do Estado dele”, afirmou Lula durante a cerimônia de formatura de diplomatas brasileiros no Instituto Rio Branco, escola diplomática do Ministério das Relações Exteriores (MRE).

O presidente ressaltou a arte da democracia, enfatizando a necessidade de sentar à mesa e buscar acordos, sem a supremacia de uma nação sobre a outra. Lula aconselhou os chefes de Estado da América do Sul a resolverem os problemas políticos por meio do diálogo, aprendendo a conviver com as diferenças e destacando a importância da inteligência na resolução de conflitos.

Durante seu discurso, Lula fez uma retrospectiva histórica da união regional na América do Sul, mencionando a criação do Mercosul em 1985 e a formação da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) em 2008. O ex-presidente considerou esse período de 16 anos como o melhor momento da região, onde, apesar das diferenças ideológicas, os países estavam unidos para fortalecerem suas posições em negociações internacionais.

Ao comentar a recente vitória de Javier Milei nas eleições presidenciais argentinas, Lula destacou a importância da relação do Brasil com a Argentina, relembrando as reuniões frequentes entre os dois países durante seu mandato e a demonstração de uma política forte para a América do Sul.

Lula encerrou seu discurso exortando os novos diplomatas a defenderem uma política externa mais ativa e altiva para o Brasil. Ele refutou a ideia de “complexo de vira-lata” e incentivou os formandos a não esquecerem suas raízes e princípios. O presidente expressou seu orgulho pela diplomacia brasileira e destacou a importância de manter a honra e o caráter como valores inalienáveis, não obtidos em shopping, mas transmitidos de geração em geração. O discurso foi concluído com Lula emocionado, evidenciando a relevância desses princípios na condução da política externa brasileira.