Fiocruz Realiza Histórica Transferência de Tecnologia de Vacina Contra a Febre Amarela para Laboratórios Argentinos

© Fernando Frazão/Agência Brasil

 

Acordo entre Bio-Manguinhos e ANLIS marca um marco na cooperação Sul-Sul e fortalece a produção regional de imunizantes

 

 

Em um momento histórico para a cooperação Sul-Sul, o Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz) e a Administração Nacional de Laboratórios e Institutos de Saúde Dr. Carlos Malbrán (ANLIS) da Argentina assinaram um termo de compromisso para a transferência de tecnologia da vacina contra a febre amarela. Pela primeira vez, a Fiocruz compartilhará seus métodos de produção, fortalecendo laços entre os dois países.

Bio-Manguinhos, um dos quatro produtores mundiais pré-qualificados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para a vacina contra a febre amarela, desempenha um papel crucial no fornecimento desses imunizantes para a América Latina, Caribe e África. Desde 2002, o laboratório brasileiro já exportou mais de 7 milhões de doses da vacina para a Argentina.

A assinatura do termo ocorreu no Itamaraty, em Brasília, com a presença das ministras da Saúde do Brasil, Nísia Trindade Lima, e da Argentina, Carla Vizzotti, além de diretores de ambos os institutos. O presidente da Fiocruz, Mario Moreira, destacou a importância do acordo como um passo histórico na cooperação entre as instituições.

“É a primeira vez que assinamos acordo para transferência de tecnologia da Fiocruz para um parceiro. É a Fiocruz transferindo conhecimento e tecnologia para a produção da vacina de febre amarela para um país irmão e uma instituição centenária como a nossa. Trata-se de uma cooperação Sul-Sul absolutamente estruturante. E acredito que podemos ir além no futuro. Mais do que transferir tecnologias, a Fiocruz busca fomentar o desenvolvimento de uma rede de produção regional de vacinas na América Latina em parcerias com os institutos da região”, ressaltou o presidente.

A febre amarela é uma doença endêmica tanto no Brasil quanto na Argentina. O acordo permitirá que a ANLIS inicie sua jornada rumo à autonomia na produção da vacina. Mauricio Zuma, diretor de Bio-Manguinhos, expressou satisfação pela oportunidade de contribuir ainda mais com o programa de imunizações argentino.

Apesar do termo assinado, a efetiva transferência de tecnologia será detalhada em um contrato futuro entre as instituições. O compromisso representa um avanço significativo na colaboração científica e na produção regional de imunizantes na América Latina.