
Infectologista Kléber Luz destaca importância do marco regulatório na luta contra a epidemia que assolou América Latina e Caribe em 2023
A recente aprovação da primeira vacina contra a chikungunya pela agência regulatória dos Estados Unidos é celebrada como um marco significativo no controle da doença, que tem apresentado aumento nos casos na América Latina e no Caribe. A análise é do infectologista Kléber Luz, consultor de arboviroses da Organização Mundial da Saúde (OMS).
O especialista destaca que o ano de 2023 foi marcado por uma epidemia de chikungunya, especialmente no Paraguai, que registrou mais de 300 mil casos. No Brasil, a doença se manifestou em regiões onde arboviroses não eram comuns, com Minas Gerais sendo particularmente afetada. Diante desse cenário, a projeção é de um aumento nos casos em 2024.
A chikungunya, segundo Kléber Luz, é uma doença que causa grande morbidade, com sintomas como febre alta, dores articulares intensas e inchaço nas articulações. O ciclo médio da doença é de duas semanas, mas há casos que evoluem para formas crônicas, deixando sequelas por anos. A gravidade da doença é evidenciada pela possibilidade de levar recém-nascidos e pessoas com comorbidades à morte.
Embora o infectologista reconheça a autorização da vacina como um avanço, ele destaca a necessidade de estudos adicionais e ressalta que nenhum imunizante é aprovado sem a avaliação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no Brasil. A luta contra a chikungunya, portanto, continua a demandar esforços coordenados e avanços científicos para enfrentar os desafios impostos por essa doença transmitida por mosquitos.