Estudos apresentados na American Heart Association evidenciam riscos de ataques cardíacos e insuficiência cardíaca em usuários mais velhos, mesmo sem tabagismo
Recentes estudos divulgados na American Heart Association revelam que o uso de maconha por adultos mais velhos, especialmente aqueles que não fumam tabaco, está associado a um aumento significativo no risco de problemas cardiovasculares, como ataques cardíacos, acidentes vasculares cerebrais (AVCs) e insuficiência cardíaca.
Apresentados nas Sessões Científicas da American Heart Association, os estudos ainda não publicados demonstram que mesmo o consumo diário de cannabis pode elevar em 34% a probabilidade de desenvolver insuficiência cardíaca.
De acordo com os estudos, os dados apontam para a influência do uso de cannabis, tanto recreativo quanto medicinal, no desenvolvimento de doenças cardiovasculares. As recomendações da associação alertam para os potenciais danos ao coração, pulmões e vasos sanguíneos causados pelo uso de qualquer substância fumada ou vaporizada, incluindo produtos de cannabis.
O presidente do grupo de redação da Declaração Científica da American Heart Association de 2020, Robert Page II, enfatizou que o uso de cannabis pode aumentar as concentrações de carboxiemoglobina no sangue, similar aos efeitos do cigarro de tabaco, impactando negativamente na saúde cardiovascular.
Os estudos também apontaram que, independentemente do histórico de tabagismo, os adultos mais velhos que usam maconha apresentam um risco 20% maior de eventos cardíacos ou cerebrais durante a hospitalização em comparação com não usuários.
Além disso, o risco de insuficiência cardíaca foi 34% maior para aqueles que relataram uso diário de maconha, mesmo após considerar idade, sexo e histórico de tabagismo, indicando um impacto independente do uso dessa substância.
Os resultados reforçam a importância de considerar o uso de maconha como um fator de risco potencial para problemas cardiovasculares, incentivando mais pesquisas para compreender suas implicações na saúde, especialmente no risco cardiovascular.