Missão que mobiliza 1,9 mil militares visa combater crimes como tráfico de armas e drogas nos portos do Rio, Itaguaí e Santos
O comandante da Área de Operações da Marinha, vice-almirante Renato Rangel Ferreira, anunciou nesta segunda-feira (6) o início de uma inédita missão de Garantia da Lei e da Ordem (GLO). Ao lançar a operação, ele destacou que este tipo de GLO é singular em comparação com as anteriores. Enfatizou que 1,9 mil militares e uma variedade de equipamentos, incluindo navios-patrulha, embarcações e viaturas blindadas, foram mobilizados para a ação.
Chamada de “GLO do Mar”, a missão tem sua abrangência definida pelo Decreto 11.765, assinado pelo presidente Luís Inácio Lula da Silva na última quinta-feira (1º). Ela compreende os portos do Rio de Janeiro, de Itaguaí (RJ) e de Santos (SP), além dos aeroportos internacionais de Guarulhos (SP) e do Galeão (RJ). Seu propósito é apoiar ações de combate ao tráfico de armas e drogas, bem como outros tipos de crimes.
A decisão para a GLO veio após episódios marcantes de segurança pública no Rio de Janeiro, onde o governador Cláudio Castro solicitou auxílio federal. Operações das polícias civil e militar tiveram como alvo lideranças do Comando Vermelho, grupo envolvido na execução de três médicos na Barra da Tijuca. Além disso, armas furtadas do Exército em Barueri (SP) foram encontradas no Rio, e ataques criminosos, como incêndios a ônibus, ocorreram na zona oeste da cidade.
Denominada de Operação Lais de Guia, a atuação da Marinha nesta missão de GLO será focada em patrulhas nos portos e áreas específicas. Renato Rangel Ferreira explicou que, embora a patrulha não inclua a costa do Complexo da Maré, as atividades serão concentradas na Poligonal do Porto Organizado. Essa área compreende cais, armazéns e partes do espelho d’água, sendo um local obrigatório para qualquer tráfego na Baía de Guanabara.
A missão, em vigor até 3 de maio de 2024, visa à segurança nos portos e aeroportos, sem interferir na atuação das forças de segurança estaduais. Contudo, um comitê coordenado pelos ministros da Justiça, Flávio Dino, e da Defesa, José Mucio, foi criado para acompanhar as ações de segurança. Ferreira ressaltou a cooperação entre as diferentes agências e entidades envolvidas nos portos, que já começaram a atuar no primeiro dia da operação.
Além disso, o vice-almirante informou que os principais portões dos portos do Rio, Itaguaí e Santos já estão ocupados, e operações de varredura e inspeção já estão em andamento para reforçar a segurança nessas áreas.