Estudo genético desvenda a singular anatomia e a evolução das estrelas-do-mar, transformando a compreensão científica sobre essas criaturas marinhas misteriosas
Recentemente, os pesquisadores divulgaram descobertas inovadoras sobre as estrelas-do-mar, revelando uma compreensão completamente nova sobre a anatomia dessas fascinantes criaturas marinhas. O estudo, publicado na Nature, desafia as suposições anteriores sobre a estrutura anatômica desses animais e oferece insights valiosos sobre sua evolução e características únicas.
As estrelas-do-mar, pertencentes ao grupo dos equinodermos, apresentam uma anatomia peculiar com cinco braços idênticos, mas a ausência de uma estrutura corporal definida sempre levantou questionamentos sobre a presença de uma cabeça ou torso distintos. As novas pesquisas genéticas sugerem que, ao contrário do que se acreditava, esses animais são, em sua maioria, compostos por uma cabeça que se move pelo fundo do mar sem apresentar características de torso ou cauda.
O estudo foi liderado por Laurent Formery, pesquisador de pós-doutorado na Universidade de Stanford e na Universidade da Califórnia, Berkeley. Segundo Formery, “a estrela-do-mar está mais próxima de ser descrita como uma ‘cabeça rastejante’ no fundo do oceano, indo contra as noções anteriores sobre esses animais”. A pesquisa foi viabilizada por avanços em técnicas de sequenciamento genético, revelando uma nova compreensão sobre a estrutura anatômica dessas criaturas do mar.
As estrelas-do-mar, como outros equinodermos, têm um plano corporal singular, diferenciando-se dos corpos simétricos dos animais bilaterais. Inicialmente, as estrelas-do-mar começam como ovos que eclodem em larvas, flutuando no oceano por semanas a meses antes de se fixarem no fundo marinho. Lá, essas criaturas passam por um processo evolutivo transformando um corpo bilateral em uma forma radial de cinco braços.
Os pesquisadores destacaram a importância dessas descobertas na compreensão da evolução e do desenvolvimento dos equinodermos, fornecendo pistas sobre a origem desses animais e sua relação com outros grupos animais. Estes novos insights desafiam antigas concepções e abrem portas para investigações adicionais, desvendando mistérios evolutivos e biológicos cruciais.
A pesquisa, financiada por organizações como o Chan Zuckerberg BioHub, a Nasa, a National Science Foundation e o Leverhulme Trust, possibilitou uma abordagem inovadora, usando microtomografia computadorizada para uma visão tridimensional da estrutura das estrelas-do-mar e técnicas analíticas para identificar a expressão gênica no tecido, revelando marcadores moleculares e a presença de uma estruturação singular do corpo desses animais.
Os resultados do estudo desvendam um novo panorama na biologia marinha, fornecendo insights sobre a evolução da vida na Terra e a diversidade das espécies. A pesquisa serve como um ponto de partida para compreender a complexidade da evolução animal, abrindo portas para uma compreensão mais profunda e abrangente sobre a biodiversidade e o desenvolvimento da vida no planeta.
Essas descobertas podem ter implicações mais amplas no campo da biologia, não apenas na compreensão de organismos menos estudados, mas também no avanço do conhecimento para resolver questões biomédicas e ecológicas fundamentais.
