Conquista do pódio no Mundial de Ginástica Artística reafirma a representatividade e resiliência de atletas negras, rompendo ideários do mérito branco
O recente pódio composto exclusivamente por mulheres negras no Mundial de Ginástica Artística, protagonizado por Simone Biles, Rebeca Andrade e Shilese Jones, evidenciou um marco de representatividade e superação. Além de suas conquistas esportivas, as ginastas ganharam destaque como referências para as novas gerações.
A brasileira Rebeca Andrade, medalhista de prata, expressou a relevância desse feito e seu impacto inspirador. Aos 24 anos, destacou a importância de referências que se assemelham à sua própria identidade e orgulho em sua cor de pele.
Para o cientista social Thales Vieira, co-diretor-executivo do Observatório da Branquitude, a imagem do pódio representou a resiliência dessas atletas frente ao racismo estrutural, ressaltando a excelência alcançada apesar das adversidades. Rebeca, já considerada a maior ginasta brasileira, e Biles, tida como uma das maiores de todos os tempos, rompem paradigmas associados ao mérito branco e desmistificam as ideias pré-concebidas de desempenho esportivo.
Apesar de Biles estar entre as atletas mais premiadas em mundiais e olimpíadas, as ginastas negras ainda enfrentam desafios para garantir uma posição de maior destaque. Porém, elas representam uma nova geração de atletas que influenciam positivamente as próximas, não apenas pelos feitos esportivos, mas também pela identificação e orgulho de suas origens.
Embora vozes como a de Rebeca alcancem volumes maiores em grandes eventos esportivos, Thales Vieira enfatiza a necessidade de um compromisso genuíno de todas as esferas envolvidas no esporte para uma mudança efetiva. Esse comprometimento é vital para superar barreiras e ampliar o espaço e a representatividade de atletas não brancos, desviando do aspecto meramente comercial e favorecendo o verdadeiro espírito esportivo.
